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sábado, 16 de abril de 2011

O sagrado segredo das ervas

imagem: Circe

Antigamente, várias ervas e plantas, que se supunha possuírem poderes místicos, recebiam apelidos ''bruxos".
Alguns desses antigos nomes ainda são usados por muitos bruxos e herbalistas de hoje, como:
Grama-de-feiticeira = Grama-de-ponta (Agropyron repens);
Sinos de fei­ticeira/ou luvas de feiticeira = Dedaleira (Digitalis);
Vassoura de feiticeira = Urze (Calluna vulgaris);
Er­va de feiticeira = Cicuta venenosa (Conium maculatum);
Círio de bruxa/ou  vela de feiticeira = Verbasco (Verbascum thapsus);
Bolsa de feiticeira = Bolsa-de-pastor (Capsella bursa-pastoris);
Flor de cigano = Cinoglossa (Cynoglossum officinale);
Erva de cigano = Verônica (Verónica officinalis);
Pé de druida velho = Estrela resplandecente (Chamaelirium luteum)*;
Violeta de mágico = Pervinca (Vinca minor); e
Raiz de feiticei­ra = Ginseng (Panax ginseng).

Historicamente, a Verbena tem sido asso­ciada à bruxaria, magia e feitiçaria; por essa razão recebeu os apelidos bem apropriados de Erva de bruxo e Planta de encantamento.
Na antiga Roma era conhecida como a Erva do bom presságio, sendo utilizada para decorar os altares dos deuses.
Muitas ervas usadas pelos bruxos foram colhidas, comidas ou sacrificadas em honra a certas deidades pagãs. 
Suas associações mitológicas estão refletidas nos apelidos:

Verbascum thapsus
Grupo de Júpiter  - Verbasco (Verbascum thapsus);
Raio de Júpiter -  Meimendro (Hyoscyamus níger);
Lágrima de Juno, Planta de Mercúrio ou  Lágrimas de Ísis - Verbena (Verbena); e
Barba de Júpiter/ou Olho de Júpiter - Sempre-viva dos telhados (Sempervivum Tectorum).
* Nome popular de três plantas norte-americanas: 
Aletris farinosa, Chamaelirium luteum e Liatris squarrosa. (N.T.)

Na Idade Média, quando a Igreja Cristã ganhou po­der, as deidades de natureza pacífica da Religião Antiga foram transformadas nos diabos da nova religião, e muitas ervas, associadas aos pagãos, tomaram-se ervas do diabo e receberam apelidos como:

Pedaço do diabo = Estrela resplandecente (Chamaelirium luteum),
Nabo do diabo = Briônia (Bryonia dioica);
Chapéu do diabo = Bardana (Petasites);
Erva do diabo = Junípero (Juniper sabina);
Provocação do diabo/brinquedo do diabo = Milefólio (Achillea millefolium),
Vinha do diabo = Trepadeira (Convolvulus sepium)',
Maçã de Satã e Vela do diabo = Mandrágora europeia (Mandragora officinarum);
Pedaço do diabo = Heléboro (Veratrum viride):
Ossos do diabo = Inhame selvagem (Dioscorea villosa);
Maçã do diabo e Trombeta do diabo =  Estramônio (Datura stramonium)
Olho do diabo = Meimendro (Hyoscyamus niger) ;
Excremento do diabo = Férula (Ferula foetida);
Doce do diabo = Visco (Viscum album); e
Raiz do diabo = Cacto peiote (Lophophora williamsii).

Na Alemanha e na Holanda, a Artemísia (Artemísia vulgaris) era conhecida como "Planta de São João", pois acreditava-se que, quando colhida na véspera do dia de São João (véspera do Solstício de Verão), dava proteção contra feitiçaria, maus espíritos, doenças e infortúnios.

O Estragão (Artemísia dracunculus) às vezes chamado de Erva do dragão ou Pequeno dragão;
a Arruda (Ruta graveolens) é conhecida como Erva da gra­ça,
e o Manjericão (Ocimum basilicum) é a Erva do amor.

Círculos de cogumelos em áreas gramadas, que mar­cam a periferia do crescimento dos micélios sob o solo, são chamados de "anéis das fadas", em virtude da crença de que os círculos são produzidos por fadas aladas.

Muitas ervas estão também associadas a músicas folclóricas e recebem apelidos, como;
Cavalos das fadas = Erva-de-santiago (Senecio),
Dedos de fada/capas de fada/dedais de fada/luva de fada = Dedaleira (Digitalis);
Fumaça de fada = Cachimbo de índio (Monotropa uniflora); 
Erva de duende/cauda de duende = Ênula (Inula helenium); 
Trevo de duende = Trevo ou Azedinha (Oxalis acetosella).

imagem: Viscum album
O Visco (Viscum album) era uma erva altamente reveren­ciada nos aspectos mágicos e religiosos entre os antigos sacerdotes druidas da Bretanha e da Gália pré-cristãs e tomou-se conhecido apropriadamente como Erva de druida.

Acreditava-se que a Centáurea (Centaurium umbellatum) possuía grandes poderes mágicos conhecidos dos druidas, que usavam a planta como amuleto para atrair a boa sorte e repelir o mal. E muitas vezes chamada de Casco de Centauro, ligada ao lendário centauro Quíron, que a utilizava para curar ferimentos de flechas.

O Absinto (Artemísia absinthium) era sagrado para a Grande Mãe, sendo conhecido como Espírito-mãe.
Alquemila (Alchemilla vulgaris), uma erva silvestre européia, passou a ser conhecida como planta mágica importante no século XVI com a descoberta do orvalho noturno recolhido das dobras em forma de funil nas suas folhas semi-fechadas de nove lobos. Cientistas de mentes alquímicas daquela época consideravam o orvalho uma subs­tância altamente mágica, e a planta logo recebeu o nome de Alchemilia que significa pequeno mago.
Mandragora officinarum
A Mandrágora, com sua raiz misteriosa com forma humana, é planta associada à feitiçaria medieval e talvez seja a mais mágica entre todas as plantas e ervas. Na Arábia, ela é chamada de Vela do diabo ou  Luz do diabo, pela antiga crença de que suas folhas brilham no escuro, fenômeno, na realidade, causado pelos vagalumes. Os antigos gregos chamavam a mística mandrágora de "plan­ta de Circe", pois acreditavam que Circe, feiticeira que fazia encantamentos, usava infusão de mandrágora pri­meiro para cativar e, depois, para transformar suas víti­mas. 
A mandrágora possui vários outros apelidos, incluindo;
Homem-dragão,
Raiz de bruxo,
Anão-terra, 
Raiz do diabo e
Pequeno homem enforcado.

Publicado em  http://www.astrologosastrologia.com.pt/ervasMagicas_nomes+ervas+magicas.htm

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