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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Uma saudade


Esta foto, se não me engano, foi feita em 1995.
Bons tempos? Nem tanto.
Não tenho saudades daquele ano...
Tenho saudades de minha Gúgu.
Essa gata tem história...
Ainda filhote, chegou na minha casa trazida na boca de sua mãe.
Numa tarde fria, havia uma fogareiro aceso e ela com frio foi se esconder por lá...
Eu não a vi indo para o fogareiro, só ouvi quando ela saiu de lá correndo e pulando... com as patinhas queimadas...
Em sua louca correria, acabou indo parar dentro de uma bacia com água (fria) que estava próxima ao fogareiro...
Passei pomada em suas patinhas por uns dias e com o tempo tudo ficou bem.
Isso me fez ter um carinho a mais como minha Gúgu (eu adorava chamá-la de "Gorpo" quando conversava com ela enquanto fazia seus curativos).
Anos depois, também numa tarde, porém bem quente, do mês de Outubro, Gúgu estava na janela sob um sol forte, achei que ela estivesse com frio, afinal gatos adoram dormir sob o sol...
De súbito ela desceu da janela e ficou sentada no chão, notei que seus olhos estavam com as pupilas um pouco dilatas e só.
No dia seguinte, após uma noite mal dormida, resolvi levá-la ao veterinário, que sentenciou que algo grave estava acontecendo com ela.
Feito um Raio X, constatou-se que Gúgu estava com um tumor que havia comprometido seus pulmões.
Foram me dadas duas opções: sacrificá-la ou vê-la sofrer até o fim...
Fui para casa e pensei, chorei, rezei  e pedi a Deus uma luz, uma solução.
Resolvi optar pelo sacrifício...
Enquanto estava me arrumando para ir até a clínica e de coração partido, o veterinário me ligou informando que Gúgu havia falecido naturalmente.
Minhas preces foram ouvidas... pois não queria vê-la sofrer e tampouco queria sacrificá-la.
Gúgu faleceu  em 23 de Outubro de 2003, vítima de câncer.
A história é triste, mas é real e hoje contando isso vejo que já passei por poucas e boas.
Com esta história aprendi o que é praticar o desapego, pois creio que no momento em que decidi aceitar seu sacrifício me vi na condição de ter de desapegar de um ser que amo em razão deste mesmo amor.
Aprendi que nós não sabemos de nada, que Deus é o supremo AMOR e SABEDORIA, pois Ele a acolheu em seus braços, antes mesmo que ela  tivesse que ser sacrificada, mais do que já estava sendo.
Aprendi que o animais também sofrem desta doença (o câncer), pois até então eu não sabia disso.
E aprendi também que eu todos os seres vivos, de todos os reinos e espécies, tem suas missões e carmas a cumprir.
Eu como os meus, a Gúgu com os dela, e por aí vai...
A vida é isso também!

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