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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Quando conversar com árvores não é loucura

O texto que segue abaixo foi retirado de uma reportagem da Revista Encontro, dentro do site do Estado de Minas. Resolvi postá-la pelo fato da mesma fazer uma referência a livros que nem sequer conhecia de Darwin e de Gustav Theodor Fechner, o que me deixou bastante curiosa e pela participação dos "entrevistados", com boas argumentações sobre o assunto = conversar com árvores.
Ainda que para a repórter conversar com árvore pareça coisa de louco e do certo ar de deboche em alguns trechos das reportagem, vale a pena dar uma lida.
No final acrescentei o PDF do livro Nanna, citado na reportagem.

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Xamanismo: Quando conversar com árvores não é loucura
Originada na Alemanha, essa crença, praticada em Belo Horizonte, é baseada na busca pela integração com elementos básicos da natureza, como terra, água, ar e fogo

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Certamente você já ouviu dizer que tem gente que “fala” com as plantas. Uma tia do interior, sua avó... Em 1848, o médico e professor alemão Gustav Theodor Fechner já afirmava no seu livro Nanna, o espírito das plantas que elas têm sentimentos e emoções. Darwin, na sua obra O Poder do Movimento das Plantas, defende alguns pensamentos nesse mesmo sentido. O que não se imaginava, pelo menos até agora, é que as plantas poderiam estabelecer com os seres de carne e osso um diálogo real. Parece papo de maluco, mas, para uma turma que se reúne no Mangabeiras, falar com árvores é possível e faz todo sentido.
Praticantes da Escola de Xamanismo Moderno Kin Forest, eles acreditam em uma interação autêntica com esses frondosos seres da natureza. “Pode-se estabelecer uma relação de confiança com uma árvore. É uma questão de tempo e do tipo de vínculo, para que ela responda ao que você pergunta. Ela é um ser vivo e tem um espírito”, explica Victor Hugo Satoyim*, produtor dos eventos do Kin Forest na capital.
Lado místico da Organização Internacional Condor Blanco, com sede no Chile, a Escola de Xamanismo Moderno Kin Forest, com base no Mangabeiras, parte de uma filosofia que trabalha quatro conceitos básicos: prosperidade, felicidade, cultura e liberdade. Cada um desses princípios tem ligação com as profissões, relações afetivas, com o conhecimento adquirido e com o que você faz em prol do outro. De acordo com esses preceitos, o homem só será um ser completo se cuidar de todos os campos de sua existência. Incentivam o vegetarianismo e a ingestão de alimentos “vivos”, como grãos germinados.
A filosofia tem como fundador o chileno Suryavan Solar e está no Brasil há 17 anos. Em Belo Horizonte, atua há nove anos, com cerca de 400 adeptos, sendo 25 praticantes do xamanismo. “São quatro temáticas: terra, água, fogo e ar. Praticamos barroterapia, terapia com pedras quentes e cristais, banhos com plantas medicinais, relacionamento com as árvores, meditação, fogueiras para motivação pessoal e exercícios de respiração”, completa Satoyim.
Caminhadas ecológicas pelo Parque das Mangabeiras, muitas delas com os olhos vendados “para exercitar outros sentidos”, também são parte do programa, assim como os transes induzidos – sem o uso de drogas psicoativas. “Os ensinamentos baseiam-se no resgate da conexão com a natureza”, explica Rafael Sandekian*, instrutor do Kin Forest.
“Comunicando-nos com uma árvore, estamos falando com o espírito dela. Por meio desse contato, podemos receber uma informação, uma mensagem, ou esse espírito pode ser um canal para que se receba uma resposta de outros seres mais evoluídos, em outros níveis energéticos”, conclui Sandekian.
A nutricionista Simone Brasil Santos Lintariami* participa do Kin Forest há cinco anos e já esteve algumas vezes na sede da instituição. “Sempre tive tendência à depressão e não me aceitava do jeito que sou. A filosofia me fez resgatar a feminilidade; adquiri autoconfiança e estou prosperando financeiramente. Devo esse avanço à mudança de hábitos e à interação com a natureza, raiz de tudo”, afirma.
O caminho da purificação, no entanto, tem preço: entre terapias e bate-papo com as árvores, o interessado pagará taxas que vão de R$ 250 a R$ 1,5 mil. Quem quiser desembolsar mais pode pagar viagens e até ir ao Chile conhecer o local onde tudo começou.

* Satoyim, Sandekian e Lintariami são nomes que os entrevistados receberam quando fizeram a opção pela filosofia. O significado dos nomes não é revelado, cabendo ao seguidor descobrir, ao longo da vida.


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Fonte da imagem:
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