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Varuna Deva |
Conta a lenda que numa distante terra no Oriente, há dezenas de centenas de anos, havia uma pequena cidade, morada de sábios, que resolveram com os seus ensinamentos ajudar os habitantes, um povo laborioso, a ter uma vida melhor.
Construíram um oráculo, dedicado a Varuna, deus arquiteto e ferreiro, que possuía um conhecimento infinito.
Varuna é chamado Passabrit "senhor do nó corrediço". Este epíteto, expressão que o qualifica, apresenta uma das mais relevantes características do deus. Os nós simbolizam a capacidade de prender ou libertar, de dar vida ou de a tirar.
Segundo os sábios, com as suas orientações e com a ajuda do oráculo, todas as dúvidas e dificuldades para desenvolvimento pessoal e de negócios poderiam ali encontrar respostas.
Para se chegar ao oráculo onde as perguntas seriam feitas, era necessário subir 4 degraus, com inscrições que orientavam os visitantes. No primeiro estava escrito “decifra-me”, no segundo “aprende”, no terceiro “desata-me”, e no quarto “prospera”.
Dentro do oráculo havia uma corda que formava um círculo, com três nós, considerados difíceis de serem desatados, também com inscrições.
Numa das inscrições lia-se “Procura-me e oferece”, no segundo nó, “Atende-me sem demora”, no último, “Cuida e sucede”.
Num muro de pedras, logo depois de deixar o oráculo, a caminho de casa, os peregrinos encontravam a seguinte inscrição:
“Nada se pode ensinar aos homens, podemos apenas ajudá-los a encontrar as suas próprias verdades”.
Todos os que faziam a peregrinação e seguiam as instruções recebidas obtinham excelentes resultados.
À medida que os negócios e as pessoas se desenvolviam, a cidade crescia, mas perdia-se o interesse pelos sábios e pelo oráculo. As melhorias, depois das consultas, eram consideradas meras coincidências.
Um dia, para espanto de alguns e pouco interesse da maioria, desapareceram os sábios e toda a estrutura do oráculo.
No local de terra batida, havia apenas uma inscrição feita aparentemente com uma vara, que o vento e a poeira se incumbiram de apagar: “Mil anos os separarão da verdade“.
Pouco a pouco, os negócios, a cidade e as pessoas começaram a definhar, e não restam hoje vestígios dessa civilização, só a história contada boca a boca, à qual apenas alguns dão ouvidos.
Acredita-se - aqueles que acreditam! - que as antigas lições são as mesmas que hoje se ensinam.
O nós tinham os ensinamentos fundamentais para desenvolvimento pessoal e de negócios.
Primeiro nó: “Procura-me e oferece”, orienta para a prospecção de oportunidades e oferta de produtos e por produtos, podemos pensar também em capacidades pessoais.
Segundo nó: “Atende-me sem demora”, é uma indicação clara de que uma vez obtido o pedido, este deve ser atendido sem atrasos.
Terceiro nó: “Cuida e sucede”, aconselha que se faça rigoroso controle das tarefas para que se possa alcançar o sucesso.
Nas escadas havia a orientação básica para uso desses conhecimentos, pois uma vez entendido o enigma, as lições deveriam ser aprendidas e os nós desatados. Na verdade, eram as dificuldades equacionadas, para se obter sucesso.
O pouco que se sabe é que, com o desaparecimento do oráculo, muitos ensinamentos foram perdidos.
Há quem acredite que essa civilização possa ter tido ligação com a Atlântida, outros que foi só mais um local enterrado pelo tempo, e a maioria que é apenas mais uma lenda.
Fato ou lenda, quem tiver sabedoria para seguir esses ensinamentos certamente terá sucesso, embora não sejam mais do que velhos conselhos para problemas novos.
Importante que nestes chamados tempos de crise, não nos deixemos vencer pelo pessimismo das aves agourentas. Importante perceber que o caminho está nas imagens que consentimos na nossa mente.
Para ajudar a pensar:
“Quem fala por imagens primordiais, fala com mil línguas: agarra e sobrepuja, e, ao mesmo tempo, eleva o que tira do individual e do transitório pessoal à esfera do eterno. Exalta o quinhão pessoal à dimensão do homem e assim, liberta em nós todas aquelas forças úteis que desde sempre capacitam a humanidade a resgatar-se de qualquer desastre e a sobreviver à mais longa das noites. “ (Carl Gustav Jung)
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