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domingo, 8 de junho de 2014

Ashtamangala - Oito Símbolos Auspiciosos Tibetanos



No budismo do Tibete, os símbolos são uma parte da vida diária. Nos primeiros séculos, as estátuas de Buda não estavam em uso; arte budista usou símbolos para representar os ensinamentos do Buda.

Há oito símbolos centrais do budismo tibetano conhecido como os "Oito Símbolos Auspiciosos". Você vai encontrá-los em todos os lugares no Tibete e nas comunidades em exílio. Eles são tradicionalmente oferecidos aos professores durante as cerimônias de vida longa e são usados ​​em várias formas de arte ritual. Acredita-se que cada um dos símbolos tibetanos representa um aspecto de ensinamentos do Buda e quando aparecem todos juntos os seus poderes são multiplicados.

Aqui está uma explicação de cada um:


imagem: Parasol
1. O Precioso Guarda-Sol, onde a frescura da sua sombra simboliza a proteção de doenças, forças negativas, obstáculos e todo o tipo de sofrimento. 











2.Peixes Dourados, representados por dois peixes na vertical com suas cabeças voltadas um para o outro. Simbolizam a felicidade dos seres sem medo, sem o sofrimento do Samsara, pois os peixes têm liberdade completa na água. Representam a fertilidade e a abundância, já que se multiplicam rapidamente.  Muitas vezes são dados como presente de casamento.






imagem: Bumpa
3. Vaso de Tesouros sem fim, ou Bumpa, é representado por um recipiente bojudo com um pescoço curto e esguio e uma jóia no topo. Possui a qualidade das manifestações espontâneas: por mais que se esvazie o vaso, este mantêm-se sempre cheio.
Simboliza uma vida longa, riqueza e prosperidade e todos os beneficios deste mundo e da libertação.






imagem: Lotus flower
4. Lótus, a flor de lótus denota pureza mental e espiritual e é um lembrete pungente dos ensinamentos do Buda. O crescimento do lótus na lama e através da água, seu descanso final sob a luz do sol, simboliza o progresso da alma ou da mente através da lama do materialismo, as águas de experiência e para o sol da iluminação.







The (Right-Spiralling) Conch Shell
5. A Concha denota a fama dos ensinamentos do Buda, proclama a verdade dos ensinamentos do Dharma. Ela é usada para chamar o sangha e serve como um instrumento musical e como um recipiente de água benta.









imagem: Endless knot
6. Nó Eterno, um ornamento gráfico fechado compreendendo linhas entrelaçadas que se sobrepõem, sem começo nem fim, simboliza a infinita sabedoria e a eterna compaixão de Buda. Ele representa a continuidade como a base da realidade da existência.








imagem:The Victroy Banner
7. Estandarte da Vitória denota a vitória do ensinamento do Buda e do triunfo da sabedoria sobre a ignorância.











imagem: Dharma wheel
8. Roda é um dos símbolos mais importantes do budismo tibetano e representa continuidade e mudança, num movimento circular eterno. Adotada pelo budismo como o simbolo dos ensinamentos de Buda. O movimento da roda simboliza a rápida transformação espiritual revelados nos ensinamentos de Buda, o ultrapassar de todos os obstáculos e ilusões. (*)






ASHTAMANGALA - The Eight Auspicious Symbols
As peças deste CD de Michael Ormiston e Candida Valentino representam reflexões sonoras contemporâneas sobre os oito símbolos auspiciosos do budismo.

Ouça nos links abaixo


Faixa 1: Nidhana Khumba (Treasure Vase)
Faixa 2: The Wheel of Life, Eternal Knot, Anahata Medley
Faixa 3: Wish Fulfilling Prayer (Treasure Vase ) (Soundcloud)
Faixa 4: Two golden fishes (Soundcloud)
Faixa 5: Parasol Protection Mantra & Banner of Victory
Faixa 6: LotusConch e Parasol sound journey  (Versões curtas - Soundcloud)



segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Sangye Menla (Buda da medicina): Iconografia e Mantra

ICONOGRAFIA
Thangka Sangye Menla by Nick Dudka

O "Mestre curador do brilho do lápis-lázuli"  é tradicionalmente representado com a cor azul escura, mas apesar disso é apresentado com uma certa transparência. Ele parece infinito, para além das transformações e da destruição.Usa uma roupa bem simples de monge ou asceta. 
Com sua mão direita, ele faz o gesto da concessão de desejos (Varada Mudra), expressando seu dever de curar todas as doenças e suas causas por meio do poder de sua sabedoria.
Entre o polegar e o indicador ele segura o cabo de uma myrobalan, planta conhecida na medicina tibetana como rainha das plantas curativas. Na mão esquerda, ele segura uma tigela de esmolas com Amrita,  a água da vida.
Do lado esquerdo da imagem está a árvore myrobalan.
As figuras que estão na parte superior da pintura, simbolizam sua estreita ligação com o Buda da medicina e com a medicina tibetana pelos atributos que lhes são conferidos.
Sob a árvore à esquerda,  está sentado Yuthok Yoten Gönpo (médico tibetano do séc. VII) e à direita Desi Sangye Gyatso  (regente do 5º Dalai Lama).
Na parte inferior, à esquerda, está o Garuda vermelho (Khyung). Ele encarna o elemento fogo e o raio, tanto que é visto como o aspecto energético da medicina tibetana, ele é considerado um vencedor do Naga (grupo de divindades serpente na mitologia hindu e budista) e por isso é invocado para a cura das doenças por ele causadas, como por exemplo os males cancerígenos. À direita, está Dorje Düddül, o vencedor dos demônios vajra, o principal protetor da medicina tibetana. A presença destas divindades fortes e protetoras deve ser entendida como uma indicação de que essa prática especial de visualização pode ser usada como um meio poderoso para a superação das doenças graves.


MANTRA

"Seu mantra representa uma oração em honra a seu nome, capacitando o espírito a abrir-se em correta entrega às suas forças curativas e unir-se com sua essência".


Fonte de pesquisa: A Prática da Meditação Tibetana- Nick Dudka e Sylvia Luetjohann.

sábado, 4 de agosto de 2012

Pavão, pássaro sagrado

Há tempos que queria postar aqui alguma coisa sobre o pavão, mas ainda não havia encontrado nada que pudesse expressar minha curiosidade, interesse e admiração por esta bela ave.
Hoje, encontrei no blog Ponto OM este artigo interessante que vale a pena conferir:

 Sacred bird of Yucatan - Vladmir Kush
A ave do Paraíso, o "animal de cem olhos", símbolo da visão de Deus pela alma. Não é só pela impressionante harmonia de suas formas e pela exuberância de suas cores que o pavão é um animal constantemente associado à beleza e à perfeição. É também por seu comportamento altivo e majestoso que o animal conquistou este posto. Mas, além disso, o pavão guarda outros símbolos mais profundos consigo. Antigamente acreditava-se que esta ave (que se alimenta de vermes, insetos, sementes e frutos) seria imune a plantas e animais venenosos, sendo capaz de transformar as toxinas que ingere nas cores radiantes de suas penas.

Pavão indiano - Wikipedia
Na Índia, o pavão já foi considerado um animal sagrado. Quem matasse um deles seria condenado à morte. Hoje esse costume não existe mais, porém dezenas de pavões andam livremente por certos templos hindus e são alimentados pelos sacerdotes. 

fonte da imagem:Darma.info
No budismo tibetano, o pavão simboliza o bodisatva, aquele que transcende os venenos emocionais como a raiva, o ciúme, a inveja e é capaz de viver entre as "pessoas comuns", ajudando-as a alcançar a iluminação, sem se deixar contaminar pelo mundo.
Na Grécia Antiga, o pavão era um dos animais de Hera, deidade que regia o casamento. Eles acreditavam que por essa ligação com a deusa Olímpica, seu corpo não se corrompia após a morte. Tal crença foi inclusive adotada pelo cristianismo até a época de Santo Agostinho. 
Uma curiosidade, é que todo ano, durante o Inverno, as penas do pavão caem para que nasçam outras novas, recuperando seu esplendor durante a primavera. Por este motivo, a ave se tornou símbolo de renovação e mudanças favoráveis, bem como da imortalidade e do renascimento. Os primeiros cristãos adotaram o pavão como símbolo da ressurreição e representaram-no diversas vezes bebendo do cálice eucarístico.
Na China e no Vietnã o pavão é signo de fertilidade e prosperidade. Na tradição sufi, ramo esotérico do islamismo, o pavão possui um importante papel iconográfico. Os sufis contam que quando a Luz se manifestou e o Self (o Eu Superior) viu sua imagem refletida num espelho pela primeira vez, ele viu um pavão com sua cauda aberta. Uma bonita história que tenta traduzir a magnificência e a pureza do Eu Superior através da figura do pavão.

Google images
Os "olhos" na cauda do pavão abrem um leque de interpretações e significados. Ainda segundo o sufismo, eles representam as virtudes espirituais irradiadas pelo Olho do Coração. Já a Teosofia considera o pavão como um “Emblema da inteligência de cem olhos e, também, da Iniciação. É a ave da Sabedoria e do Conhecimento Oculto", segundo o Glossário de Helena Blavatsky. O "olho" da pena do pavão também é associado à glândula pineal, fazendo dela um símbolo sagrado. Ainda hoje essas penas são usadas como talismãs e proteção contra maus espíritos.

O Pavão e as Deusas
De acordo com a mitologia grega, o pavão era o animal de Hera e ganhou suas marcas em formato de olho graças a uma mulher chamada Io. Ela era sacerdotisa de Hera, esposa de Zeus. Zeus se apaixonou por Io e a transformou em uma novilha para protegê-la da ira e do ciúme de Hera. Hera ficou desconfiada e pediu a Zeus que lhe desse a novilha de presente. De posse do animal, Hera incumbiu Argus, homem coberto de olhos, de vigiar Io. Zeus, então, enviou um mensageiro para resgatar a sacerdotisa, matando Argus. Como uma homenagem a Argus, Hera colocou seus "olhos" no pavão.

Saraswati and peacock - Birch Blooms
Saraswathi é a deusa hindu da sabedoria, da fala, da poesia, da música e dos estudos, e é quase sempre representada ao lado de seu pavão, algumas vezes ao lado de seu cisne. Na simbologia de Saraswathi o pavão possui, surpreendentemente, um significado diferente de todos os outros. Com sua linda plumagem, ele representa o mundo em toda sua glória e a ignorância (avidya) advinda da ilusão mundana. Já o cisne, com sua capacidade de separar o leite das águas, representa a sabedoria (viveka) e o conhecimento (vidya). O pavão sentado perto de Saraswathi está ansiosamente esperando para servi-la como veículo. Mas, por seu comportamento imprevisível e seu humor influenciado pelas mudanças do tempo, Saraswathi utiliza o cisne como veículo e não o pavão. Com isso, a imagem tenta dizer que devemos superar a ansiedade e a inconstância para utilizar bem o conhecimento.
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Enquanto procurava por imagens de pavão, encontrei a fonte do texto acima no livro de Carminha Ley "A Sabedoria dos Animais":

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