Poinsétia (Bico de papagaio) |
Crianças e animais de estimação correm sério risco ao ter contato com algumas espécies de vegetais decorativos ou mesmo presentes em quintais.
Saiba quais devem ser evitados e os problemas que eles podem causar
imagem: Claudiana e Lupita |
A espécie em questão é a erva-de-guiné, popularmente conhecida por espantar mal olhado e utilizada em banhos aromáticos. O problema é que a raiz é tóxica e pode provocar excitação e alucinações. Se for ingerira continuamente, gera convulsões e até a morte. Lupita ficou internada por três dias, e fez um tratamento para reverter lesões no rim durante um mês. "A sorte foi que a socorremos rapidamente", afirma Claudiana, que hoje inspeciona o quintal do pai e, em casa, mudou os vasos de plantas para um local fora do alcance dos cães.
Várias flores e vegetais folhosos comuns nos lares brasileiros representam um verdadeiro perigo. As plantas leitosas, que, se quebradas, liberam um líquido leitoso, como a coroa-de-cristo, muito usada em jardins externos, e a bico-de-papagaio, típica na época do natal, por sua folhagem vermelha, podem causar lesões na pele e nas mucosas, inchaço de lábios, boca e língua, dor, queimação e coceira. A mamona, que já fez parte da infância de muita gente, por ter bolinhas espinhosas boas para brincar de “guerra”, e o caule oco, usado como canudo para fazer bolinhas de sabão, é extremamente venenosa. A semente tem ricina, uma toxina que é letal se ingerida. Em casos menos graves, esse elemento ocasiona queimação na garganta, vômitos intensos, taquicardia e diarreia.
De acordo com Simone Cristina Alves, professora de biologia e especialista em plantas medicinais e tóxicas da PUC Minas, existem mais de 100 espécies de plantas venenosas, que são extremamente perigosas. Muitas não podem nem ser tocadas. É preciso, portanto, ter cuidado quando não se sabe o potencial toxicológico de alguns vegetais. "Calcula-se que em torno de 60% dos casos de intoxicação por plantas, no Brasil, ocorram em crianças menores de nove anos, e que 80% deles são acidentais", explica. Alguns venenos presentes em plantas podem não causar a morte quando ingeridos, porém, levam a sérias lesões em órgãos vitais como cérebro, coração e pulmões. Outras toxinas, mesmo em pequenas doses, podem levar ao óbito em um curto espaço de tempo.
Contra o mal olhado
A idéia popular de que algumas plantas têm o poder de espantar o mal olhado não é apenas uma lenda. Segundo a especialista em botânica, essa propriedade vegetal é real. A espécie emana uma energia positiva que repele a negativa. "O que a ciência tem comprovado é que nas células desse tipo de planta, existem muitos cristais de oxalato de cálcio, que poderiam agir de forma a neutralizar as energias negativas", diz Simone Alves.
Mas, antes de escolher sua planta para “limpar” o ambiente, siga alguns cuidados:
Mantenha as plantas venenosas fora do alcance das crianças;
Conheça as espécies tóxicas existentes em sua casa e nos arredores, pelo nome e características;
Ensine as crianças a não colocar plantas na boca e não utilizá-las em brincadeiras;
Não prepare remédios ou chás caseiros sem orientação médica;
Não coma folhas, frutos e raízes desconhecidas. Lembre que não há regras ou testes seguros para distinguir as plantas comestíveis das venenosas. Nem sempre o cozimento elimina a toxicidade da planta;
Tome cuidado ao podar as plantas que liberam látex (seiva leitosa branca) provocando irritação na pele e principalmente nos olhos. Quando estiver lidando com plantas venenosas, use luvas e lave bem as mãos após esta atividade;
Em caso de acidente, procure imediatamente orientação médica e guarde a planta para identificação;
Se estiver na dúvida quanto a toxicidade das plantas na sua casa, consulte o site do Sinitox.
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