Mostrando postagens com marcador Mirella Faur. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mirella Faur. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Saturnália - Doze dias brancos, treze noites sagradas

Escultura Saturnália de Ernesto Biondi, 
localizada no Jardim Botânico de Buenos Aires

Doze dias brancos, treze noites sagradas

A aproximação do final do ano encena o período mítico de transição do caos para a criação, encontrado em vários mitos. O intervalo entre o solstício de inverno e o Ano Novo era celebrado em várias culturas antigas do hemisfério Norte, desde a Babilônia, como “os doze dias brancos”, caracterizados pela ambigüidade, representando um conflito entre caos e ordem, bem e mal, fim e recomeço, festas e recolhimento.

Os romanos celebravam Saturnalia, festejos populares que invertiam as regras sociais, aboliam as leis morais e as diferenças de classe e enalteciam o lazer e o prazer. Após purificações, o último dia - 25 de dezembro - chamado Juvenalia, era dedicado às crianças, com brincadeiras e presentes, por elas representarem o potencial do novo ciclo.

Nos países nórdicos simbolizava-se a parada da Roda do Ano no solstício (quando por três dias o Sol parece que está “parado”), cessando o trabalho, retirando as rodas dos veículos e decorando-as com galhos de pinheiros e velas. Durante os ”doze dias” as deusas Holda, Berchta ou Perchta (as “Senhoras Brancas”) conduziam suas carruagens de vento e neve, envoltas em neblina branca, abençoando e ativando a fertilidade da terra, presenteando trabalhadores e punindo preguiçosos.

Lendas e contos de fada germânicos descrevem as Weisse Frauen como elfos vestidos de branco, criaturas lindas e encantadoras, que apareciam durante dias ensolarados, penteando seus longos cabelos dourados e conferindo riquezas aos merecedores.As “Senhoras Brancas” ou “Mulheres Elfo” são resquícios dos antigos arquétipos das deusas, que, por terem sido proibidos pelo cristianismo foram esquecidos, sobrevivendo apenas no folclore. Nos países saxões e eslavos, as últimas reminiscências das bênçãos antigas eram representadas por procissões (Perchtenlauf) entre Natal e Epifania, de pessoas com máscaras brancas e pretas, representando Perchten ou Perchta Baba (espíritos bons e maus), para atrair a sorte, afastar azares e despertar a terra.

Nos tempos antigos as mulheres não trabalhavam nos doze dias, mas depois podiam parar apenas no dia de Santa Luzia (13/12) e de Santa Catarina (25/12). Ambas as santas são versões cristãs de antigas deusas romanas. Lucina era a deusa da luz, que aparecia vestida de branco, com uma coroa de velas na cabeça, trazendo comida e calor para os pobres nos meses de inverno. Santa Catarina é a versão cristã de Feronia, a deusa do fogo e da energia vital, celebrada com procissões sobre brasas acesas, para purificação e cura.

Nas antigas tradições da Deusa os “doze dias” eram originariamente ”treze noites sagradas”, celebradas apenas por mulheres, com rituais iniciados na lua negra que antecedia o solstício ou na sua véspera, no auge da escuridão. Era um período mágico de recolhimento e fortalecimento feminino, comparável aos mistérios da Lua Negra, ao retiro nas Tendas Vermelhas, às horas misteriosas que antecedem o nascer do Sol, ao momento da morte ou do nascimento. Neste tempo mágico e poderoso “sementes” de novas possibilidades eram semeadas, no silêncio e na introspecção da escuridão.

Mesmo que o nosso apressado ritmo moderno e urbano não nos permite um dia de reclusão, podemos dedicar algumas horas para um curto retiro do mundo real. Apagar luzes, desligar telefones, ficar em silêncio e escuridão, meditando e orando, nos proporciona a atmosfera mágica para refletir sobre o ano que passou e traçar planos futuros. Após rever o passado e descartar aquilo que não nos serve mais, podemos consultar um oráculo e preparar uma lista dos nossos projetos, desejos e aspirações para nossa vida afetiva, profissional e espiritual. No antigo México as mulheres preparavam nesta data miniaturas daquilo que esperavam realizar, criando o “altar dos desejos”, orando diariamente na sua frente. Podemos nos inspirar neste antigo costume e criar mandalas com sementes, contas, conchas, penas, desenhos, colagens, argila.

Para representar o limiar de um ciclo para outro pode ser escolhida outra data em lugar do tradicional Ano Novo, como a Lua negra ou cheia de dezembro, o solstício, o primeiro dia de janeiro, ou a antiga comemoração da deusa Befana (5 de janeiro, atual Epifania), que marcava a última noite das antigas Treze Noites Sagradas.

O importante é reconhecer e honrar o giro da Roda do Ano, na sua dimensão sagrada, agradecendo e se despedindo das realizações, aprendizados, alegrias e dores do ciclo que se finalizou, visualizando e agradecendo antecipadamente a manifestação dos novos projetos, possibilidades, desejos e idéias do ano que se inicia.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A Deusa Thea


"Mãe de Hélios, Grande Thea, deusa de tantos nomes, graças a Ti os homens atribuem ao ouro um poder acima dos outros metais. Senhora, impeça com a Tua força de luz os combates dos navios e das carruagens, que se enfrentam como rivais para receberem o cobiçado troféu da gloria dourada..."
 - Pindar, Ode à Thea, século 5 a.C.



O nome da deusa pré-helénica da luz, mãe dos luminares e da aurora ficou conhecido como simplesmente Thea, equivalente de Deusa.

Apesar da sua importância arcaica, nada ficou registrado sobre seu culto ou mito; assim como outras antigas deusas gregas, Ela foi substituída pelas divindades dos invasores indo-europeus permanecendo oculta nas brumas dos tempos.

Sabe-se apenas que Ela fazia parte da raça antiga dos Titãs, sendo filha de Urano, o deus celeste e Gaia, a Mãe Terra, irmã de Anfititre (ou Tetis), Dione, Fibe, Mnemosine, Rhea e Têmis. Reverenciada como Senhora da Luz – Aetra ou Thea-, regente do céu claro, do éter (aithre) e da luz dos olhos (thea), era também honrada como Eurifessa, “a toda resplandecente”, regente do brilho do ouro, da prata e das pedras preciosas.

Da sua união com Hyperion, o deus da luz, nasceram três filhos luminosos: Hélios, o Sol, Selene, a Lua e Eos, a aurora.

Reverenciada como Ichnaea, “Aquela que descobria” ou Theia, “Mãe da inspiração divina” (theiazô significava divinação ou profecia), Thea tinha um templo oracular em Tessália, assim como suas irmãs, também deusas oraculares, tinham os seus: Phoebe em Delphi, Mnemosine em Lebadeia, Dione em Dodona e Têmis desfrutando de todos estes altares.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O enigma dos círculos ingleses


texto de Mirella Faur

A chegada do verão na Inglaterra e a proximidade das colheitas prenunciam novas formações misteriosas nos campos de trigo, milho e canola(*). Denominados de crop circles, os complexos círculos das plantações representam um fenômeno moderno tão intrigante quanto inexplicável.
No século XVII, uma lenda inglesa atribuía a sua autoria a um ser sobrenatural chamado demônio ceifador. Desde aquela época, as estranhas configurações surgem nos campos plantados, para desespero dos fazendeiros, temerosos por suas colheitas. Apenas a partir da década de 80 do século passado que seu aumento e diversidade passaram a atrair a atenção do público, de pesquisadores e autoridades.
Nas últimas duas décadas, foram registradas mais de dez mil aparições no mundo inteiro, mas a maior incidência (em torno de 600 anualmente) e complexidade de desenhos são encontradas no sul da Inglaterra, principalmente na proximidade dos sítios megalíticos de Avebury e Stonehenge.
Pesquisas recentes revelaram que sua existência é muito antiga, comprovada por inscrições e desenhos rupestres, textos sagrados, lendas, mitos e relatos folclóricos, mas sua origem permanece envolta em mistério e atribuída a diversas causas, desde as sobrenaturais (extra ou intraterrestres, parapsicológicas, seres elementais) até climáticas, meteorológicas ou geológicas. Por mais que céticos e embusteiros afirmem ser obras forjadas por seres humanos (bem ou mal intencionados), o progressivo aumento anual – na quantidade e complexidade das figuras – torna claro e evidente que os enigmáticos desenhos jamais poderiam ser feitos por mãos e recursos humanos. A cada nova e intrigante figura que surge nos campos, aumenta a certeza de que existe uma forma de inteligência sobre-humana e uma energia desconhecida como causas que produzem esse fantástico fenômeno.
A evidência dessa afirmação vem da própria formação: o vórtex energético que dobra os caules das plantas não os amassa, quebra ou queima, simplesmente os inclina em movimentos ondulantes, circulares ou espiralados, fazendo com que eles continuem se desenvolvendo normalmente. Os caules chegam a ser entortados até 90º, em um ponto entre 20 e 80% da sua altura total. Algumas vezes, plantas situadas lado a lado são inclinadas em direções opostas, sem que algumas sequer sejam quebradas (o que acontece ao se tentar desentortá-las). Análises físico-químicas mostram um aumento de radiação que altera o compasso da bússola e um enriquecimento do solo em hidrogênio, como se tivesse recebido uma forte descarga elétrica. Os radiestesistas confirmam a presença de intricados padrões energéticos dentro e ao redor dos círculos, além de anomalias magnéticas.
Cerca de 90% dos círculos genuínos surgem quase sempre nas mesmas áreas, perto de sítios sagrados, muitas vezes sendo precedidos ou acompanhados de sons e luzes misteriosas, bolas de fogo ou aparições de OVNIS. Nenhuma pesquisa – convencional ou não – tem encontrado algo concreto sobre sua origem, apenas a presença de uma energia desconhecida, que produz mudanças a nível genético nas plantas e nas sementes. As pessoas que permanecem dentro das formações relatam alterações em todos os níveis – espiritual, mental, energético, emocional e físico –, representadas por experiências transcendentais, expansão de consciência, projeção astral, regressão espontânea, clarividência, emoções diversas e curas.
No início, as formações eram simples circunferências, mas com o passar dos anos se tornaram duplas, triplas, quíntuplas, figuras anelares, triangulares, ovais, espiraladas. Ultimamente têm aparecido pictogramas e estrelas fractais com simbolismos complexos, geométricos ou místicos, associados com diversos caminhos espirituais, conceitos filosóficos ou científicos (astronômicos, físicos, matemáticos). A simetria e as dimensões das figuras são extraordinárias, alguns desenhos medem centenas de metros e não se repetem. Os motivos parecem ser específicos para cada ano, como se fossem capítulos de um livro, aparecendo repentinamente, sem que seja percebida qualquer pista sobre quem os criou ou como são criados. Inúmeros grupos, organizações ou curiosos que os estudam acampam nos meses de verão nas áreas comuns aos fenômenos e se surpreendem com os desenhos formados ao seu lado durante a noite, sem terem nada percebido.
Sem questionar ou adotar qualquer das teorias existentes, podemos considerar os crop circles como vórtices sagrados, que encantam nossa mente com sua beleza e complexa criatividade, que nos fazem refletir sobre seu significado oculto e nos sensibilizam em relação a dimensões sutis e energias desconhecidas, se usarmos suas formas e simbolismos como mandalas em nossas meditações.
Ao participar, em 1991, de um seminário sobre crop cirles em Avebury e, posteriormente, nas oportunidades em que pude meditar em alguns desses círculos nos trigais ingleses, percebi a energia que pulsava no meu corpo, avivava minha mente e tocava meu coração como sendo a voz da Mãe Terra, procurando chamar a atenção de seus filhos por meio de belas, fascinantes e enigmáticas mandalas.

(*) CANOLA:
http://www.investagro.com.br/canola-uma-variacao-genetica-mundialmente-apreciada

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

As musas gregas

“Nove filhas nascidas do grande Zeus: 
Glória, Alegria, Festa, Dançarina, 
Alegra-coro, Amorosa, Hinária, Celeste
E Bela–voz que dentre todas vem à frente, 
Insuflaram-me um canto divino, 
Para que celebrasse o que será e o que antes houve 
E a Elas primeiro e por último sempre irei cantar...” 
Hésiodo, Teogonia
Musas dançando com Apolo por Baldassarre Peruzzi

Calíope: seu nome significa Bela Voz
Detalhe do quadro As Musas Urânia e Calíope de Simon Vouet

Clio: seu nome significa A Proclamadora

Clio, por Pierre Mignard


Érato: seu nome significa Amável
Érato - Painel em carvalho de Simon Vouet

Euterpe: seu nome significa A doadora de prazer
Euterpe por Egide Godfried Guffens (Bélgica, 1823-1901)

Melpômene: seu nome significa A poetisa

Polímnia: seu nome significa A de muitos hinos
Polimnia por Francesco del Cossa, 1455-1460.

Tália: seu nome significa A que faz brotar flores
 La musa Talía, Galleria Corsini, Florencia

Terpsícore: seu nome significa A rodopiante
Terpsícore óleo sobre tela de Jean-Marc Nattier 1739

Urânia: seu nome significa A celestial
Urania tthe Muse of Astronomy
As Musas, padroeiras das artes, ciências e memórias
por Mirella Faur

Nos textos antigos as Musas apareciam como deusas das fontes de inspiração, posteriormente lhes foram atribuídas a regência da música, dança, poesia, teatro e ciência. A sua genealogia difere em função dos autores, a mais comum as considera filhas de Zeus e Mnemosine, a deusa da memória, nascidas no sopé do Monte Olimpo após um amor de nove noites do casal divino. No inicio cultuavam-se três Musas no Monte Helicon: Mélete (a meditação), Mneme (a memória) e Aede (o canto) e outras três em Delfos: Nete, Mese e Hipate, correspondendo às cordas da lira. Outros cultos surgiram e seus nomes foram mudados até estabelecer-se a versão final, que descreve nove arquétipos com nomes diferentes.
As Musas eram cultuadas em diversos lugares na Grécia com festivais chamados Museai, em que se faziam competições de poesia, teatro, música e lhes eram ofertadas frutas, leite e mel. Como incentivadoras dos aspectos sutis da mente humana, elas foram invocadas durante milênios por poetas, artistas, músicos, escritores, pintores, considerados felizes afilhados das Musas, pois ao expressar e compartilhar seus dons esqueciam-se as preocupações e pensamentos sombrios.
Foram as Musas que ensinaram a arte do diálogo, inspiraram a diversidade dos hinos que glorificavam divindades e atos heróicos, conferiram o dom da clarividência (dádiva por elas recebida da sua mãe Mnemosine) e a capacidade do esquecimento seletivo, das tristezas, aflições e sofrimentos (lesmosine). Esquecer é um mecanismo de proteção, um dom divino assim como é a memória; porém, mesmo aparentemente esquecidas, as lembranças do passado permanecem escondidas na mente subconsciente e nos registros do corpo, podendo ser resgatadas, integradas ou transmutadas.
O culto das Musas iniciou-se na Trácia de onde se espalhou na Beócia e para o restante da Grécia; inúmeros santuários foram erguidos para o seu culto, e as fontes de Castália e Parnasso foram a elas consagradas. Em muitos dos seus templos também se cultuavam as Cárites, ou Graças: Aglaia (a Gloriosa), Eufrosina (a Alegria) e Tália (a Fartura), todas sendo saudadas com poemas e libações de mel e leite. Em Roma as Musas eram chamadas de Camenes –“agradáveis cantoras” – e descritas passeando envoltas em nuvens, acompanhadas por Apolo coroado de louros e tocando a lira.
Hesíodo era um simples pastor grego, agraciado pelas Musas com o dom da poesia e a capacidade de ver o passado, presente e futuro. Ele tornou-se o porta-voz delas e como gratidão cantou em versos seus nomes, apresentação e atributos, descritos a seguir.
Calíope era a mais velha, associada com filosofia, eloquência e poesia épica, considerada a mãe do poeta Orfeu e do músico Linus, gerados com Apolo.Seu emblema era uma tabuleta de cera e um burilo, às vezes um rolo de pergaminho ou livro.
Clio introduziu o alfabeto fenício na Grécia, regia a poesia heroica e a história, incentivando a exaltação da gloria. Seu emblema era uma prateleira de livros e um rolo de pergaminho.
Erato era a Musa da poesia lírica e erótica, seu nome significando “Amorosa”, seu dom sendo o amor. Era descrita segurando uma lira. Euterpe, trazia alegria e prazer a todos que ouviam seu canto, seu nome significando “Deleite”. Regia a poesia lírica e a música, seu emblema sendo uma dupla flauta por ela criada.
Melpomene regia a tragédia, cuja máscara ela segurava junto com uma espada.Usava coturnos, sapatos usados pelos atores trágicos, uma coroa de folhas de hera e seu nome significava “Coro”, pois ela incentivava os ouvintes a cantarem junto com ela.
Polímnia (ou Polihímnia) era a padroeira dos hinos sagrados, da eloquência e da dança.Apresentava-se como uma mulher séria, sem emblemas, envolta em um manto, em postura meditativa, com um dedo nos lábios recomendando silenciar para ouvir.
Terpsicore, a Musa da dança, do drama e da poesia lírica segurava uma lira e ficava sentada. Era a mãe das Sereias, geradas com um deus do rio e que agraciava seus discípulos com o dom do canto e da dança.
Tália (seu nome era igual a uma das Cárites) presidia a comédia, a poesia alegre e lírica, bem como as ocupações e festividades rurais.Era representada segurando uma máscara cômica e um cajado de pastor ou uma guirlanda de hera.
Urânia era a Musa da astronomia, astrologia, filosofia e do amor universal, representada vestida com um manto bordado com estrelas, olhando para o céu, com um globo na mão esquerda e um bastão na mão direita. Seu nome significava ”Celeste” por elevar seus discípulos a níveis sutis e prever o futuro pela posição das constelações.
Desde os tempos antigos reverenciava-se a Memória como sendo uma Deusa, pois da sua união com o pólo masculino nasceu a inspiração e a criatividade. A memória nos liga ao passado, a lugares e pessoas, sendo a guardiã da nossa personalidade, pois sem as nossas lembranças não saberíamos quem somos, nem o que nos diferencia dos demais.
A arte de contar histórias baseia-se na memória e era o único meio usado durante milênios para preservar e transmitir histórias e lembranças ancestrais. Com o advento da industrialização e os avanços tecnológicos, a memória tornou-se menos importante, pois as informações passaram a ser guardadas em livros e atualmente nos computadores; assim a arte de contar histórias tornou-se obsoleta. Porém, ela está ressurgindo aos poucos no compartilhar dos eventos pessoais, nos espetáculos ao vivo, nos encontros de grupos e nas atividades criativas. Para resgatar e honrar o dom da deusa Mnemosine e as artes das Suas filhas, nós mulheres, herdeiras das contadoras de histórias e das lembranças ancestrais, precisamos nos reunir cada vez mais em grupos e círculos, partilhando nossos mitos e histórias pessoais, entremeadas com danças, canções, artes e poemas.
A Musa vive dentro de cada uma de nós como uma necessidade de expressar a criatividade e o prazer estético. A atividade criativa manifesta idéias e visões através de um meio físico, o prazer estético sendo a apreciação das realizações humanas com imagens belas e simbólicas. As Musas nos ajudam a descobrir nossas formas internas e manifestá-las no mundo externo e, dependendo das nossas opções, podemos cultivar algumas das infinitas possibilidades que elas nos oferecem.
Por nosso intermédio e usando nossos talentos inatos as Musas alcançam o seu propósito: celebrar a beleza, a harmonia e o mistério. A Musa habita em nós independentemente das formas e meios com que iremos expressar a nossa criatividade; depende de nós dar-lhe as boas vindas em cada ato, gesto e ação do nosso cotidiano. Além da habilidade, precisamos ter a visão daquilo que desejamos criar e através de uma escuta ativa e conexão voluntária, aprimorarmos nossas idéias e realizar objetivos criativos, artísticos ou filosóficos. Devemos vencer dúvidas e medos, permanecer no nosso centro, confiar e buscar o aperfeiçoamento e desenvolvimento pessoal.
A Musa mora em nosso coração e mente, nos desejos, sonhos, esperanças e visões e nos sustenta em nossa caminhada e evolução se buscarmos sua ajuda e a reverenciarmos e invocarmos antes de iniciar um projeto intelectual ou uma atividade criativa.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Mirella Faur em Belo Horizonte dia 18 de Agosto/2012


Mirela Faur -Teia de Thea
No dia 18 de agosto, sábado, às 10h, a Casa das Matryoshkas (Av. Cristóvão Colombo, 550, sala 409 – Savassi – BH – MG), traz a Belo Horizonte, Mirella Faur. 
A escritora romena realiza palestra e lança o livro “Círculos Sagrados para mulheres contemporâneas” – práticas, rituais e cerimônias para o resgate da sabedoria ancestral e a espitualidade feminina (Editora Pensamento).
O evento gratuito, com vagas limitadas, tem inscrições via telefones (31) 9537-2226 e (31) 9981-8084.

MIRELLA FAUR
Mirella Faur é de origem romena, naturalizada brasileira, estudiosa e praticante das antigas tradições místicas, mágicas e oraculares, empenhada na reverência e divulgação de princípios e valores espirituais ancestrais para as mulheres contemporâneas. Autora dos livros “O Anuário da Grande Mãe. Guia prático de rituais para celebrar a Deusa” (Ed. Gaia), “O Legado da Deusa. Ritos de passagem para mulheres”, (Ed. Rosa dos Tempos), “Mistérios Nórdicos. Mitos. Runas. Magias. Rituais” (Ed. Pensamento), Ragnarök.O crepúsculo dos Deuses. Uma introdução à mitologia nórdica (Ed.Cultrix), além de artigos em várias publicações nacionais e estrangeiras, Mirella é conhecida pela sua dedicação na senda da Sacralidade Feminina. Em Brasília, onde residiu durante vinte e dois anos, iniciou e desenvolveu um trabalho pioneiro promovendo celebrações públicas dos plenilúnios e da Roda do Ano, realizando diversos ritos de passagem e jornadas xamânicas. Criou vários grupos de estudo e dirigiu círculos sagrados femininos, orientando igualmente a formação e condução de grupos em outras cidades. Inspirada na mitologia celta, nórdica, greco-romana, oriental, afro-brasileira e nativa norte-americana, Mirella atua como uma catalisadora da Tealogia adaptada para as mulheres do Brasil por meio dos seus livros, palestras e vivências.

O LIVRO: 
Em Círculos Sagrados Femininos, Mirella Faur compartilha suas experiências e amplos conhecimentos sobre a formação, condução e preservação de um círculo cerimonial vivencial. Além de suas próprias vivências com grupos de mulheres durante os últimos quinze anos, ela menciona relatos e aprendizados de outras autoras ligadas ao movimento internacional do sagrado feminino e dos vários modelos de círculos.Redigido de forma didática e permeado por orientações práticas, rituais, celebrações e meditações, esta publicação pioneira e amplamente documentada fornece um precioso material informativo para as mulheres interessadas em iniciar, ampliar ou aprofundar as vivências circulares.São apresentadas diretrizes e premissas básicas para formar e preservar um círculo sagrado, organizar reuniões, resolver problemas e conflitos, avaliar e reformular objetivos e integrar a consciência de solidariedade e parceria no cotidiano. Uma grande parte do livro aborda aspectos ritualísticos e cerimoniais, descrevendo a jornada iniciática, os “Mistérios do sangue”, arquétipos e fases lunares, a conexão com a Mãe Terra, as celebrações dos plenilúnios e das Matriarcas na lua cheia e negra e de cerimônias na Roda Sagrada.O livro também contém inúmeras correspondências ocidentais, xamânicas e astrológicas - com os respectivos diagramas - além de sugestões para a celebração dos Festivais da Roda do Ano, com enfoque inédito e feminino, para diversificar e adaptar as habituais recomendações de autores tradicionais à realidade brasileira.

Saiba mais: 
O círculo é um símbolo universal da unidade e totalidade, um padrão energético fundamental e natural. O universo é composto de ciclos e círculos, cósmicos e telúricos, entrelaçados e interagindo em um eterno movimento. Devido à sua natureza cíclica, a mulher é receptiva e facilmente alinhada com os ensinamentos espirituais, mágicos e práticos do círculo, podendo se integrar e colaborar na criação de uma nova mentalidade - de parceria, crescimento e expansão – pessoal e coletiva.Em um círculo sagrado as mulheres criam um espaço seguro e protegido para se conectarem aos profundos mistérios da espiritualidade feminina. Elas lembram e praticam antigos rituais, descobrem e manifestam seu potencial inato, harmonizam e fortalecem a auto-expressão, compartilham riso e choro, dança e canções, tecendo uma teia de apoio, solidariedade, confiança e amor, curando assim antigas feridas da alma feminina.Neste momento de profundas mudanças planetárias, os círculos sagrados femininos oferecem novas formas de pensar, ser, agir e interagir, reavivando o espírito da comunidade e parceria em uma estrutura isenta de hierarquia. No círculo, as mulheres modernas resgatam a ancestral conexão com as energias, ciclos e elementos naturais, celebram os pontos de mutação da Roda do Ano, vivenciam e reverenciam o retorno à Deusa e à Mãe Terra. Mudando prioridades e valores ultrapassados as práticas circulares ampliam a percepção sutil e expandem a visão, acelerando a evolução espiritual no nível individual e grupal. Ao perceber e descartar os vestígios do “patriarcado interior”, as mulheres conscientizam-se da sua condição de Filhas da Mãe Divina e empenham-se em viver e divulgar os princípios da sacralidade feminina, que têm como fundamento o poder do amor e o respeito por todas as formas de vida.



CASA DAS MATRYOSHKAS
A Associação Casa das Matryoshkas foi concebida com os objetivos de promover o estudo, a conscientização e a reflexão sobre temas relacionados à energia do sagrado feminino, além de propiciar o resgate e a divulgação das tradições, da cultura, do folclore, dos mitos e das lendas da Rússia e dos países situados na região do leste da Europa. Por meio de cursos livres, círculos sagrados de mulheres, palestras, seminários, oficinas, grupos de estudos, de reflexão e de meditação, a Casa das Matryoshkas busca realizar seus objetivos, conscientizando as pessoas acerca da existência da força transformadora que permeia todo o Universo, capaz de modificar positivamente o mundo.A Casa das Matryoshkas incentiva e apoia, ainda, a divulgação de artigos, textos e livros de focalizadores e estudiosos, de eventos e exposições que cuidem de temas pertinentes e relacionados a seus objetivos, além de viagens de cunho cultural e de estudos sobre os assuntos também correlatos.
CONHEÇA:


segunda-feira, 26 de março de 2012

Novo livro de Mirella Faur - Círculos Sagrados para mulheres contemporâneas


Coquetel de lançamento e palestra com Mirella Faur dia 28 de Março de 2012, quarta-feira, das 19h às 21h30. 
Teatro Eva Herz - Livraria Cultura - Iguatemi Brasília


 

O primeiro capítulo do livro está disponível em:

http://issuu.com/grupoeditorialpensamento/docs/c_rculos_sagrados_para_mulheres_contempor_neas?mode=window&printButtonEnabled=false&shareButtonEnabled=false&searchButtonEnabled=false&backgroundColor=%23222222 


Fonte imagem e texto: http://teiadethea.org/?q=node/196

domingo, 23 de outubro de 2011

A Magia das Deusas Oyá e Oxum - Workshop com Mirella Faur



A Magia das Deusas Oyá e Oxum:
 Descartar. Transmutar. Renovar.

Dia: 03 de Dezembro de 2011
Horário: 8h às 18h

Local: Village dos Colibris
Saiba mais  AQUI



imagem: "Oya" (c) Francisco Santos - http://www.orderwhitemoon.org/goddess/Oya.html

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Gar - A Runa dos ciclos, da paciência e da fé



Valor fonético: G.
Planeta associado: Marte.
Ideografia: flecha, lança, sinete.
Esotericamente: selo de conclusão, a lança mágica de Odin (Gungnir), Yggdrasil, a Árvore do Mundo.
Divindades relacionadas: Odin, Thor e Tyr e as Valquírias.
Palavras-chave: fim e início de ciclo, autoridade, soberania, centro, realização e conclusão.
Elementos: todos os cinco
Polaridade: masculina
Símbolos: flecha, lança, bastão e sinete.
Cores: azul-escuro, branco e preto.
Totens: animais selvagens, aves de rapina, texugo, porco-espinho.
Árvores: Freixo, Cedro, Amieiro.
Plantas: evônimo, alho, borragem, lobélia .

Simbolismo:

A 33ª e última Runa do Futhork de Northumbria tem como símbolo a flecha, especificamente Gungnir a lança de Freixo de Odin. Diferente das outras 32 runas, Gar não faz parte de nenhum dos quatro Ættir: é isolada, mas serve como centro, ao redor do qual orbitam as outras runas complementares. Pode ser vista como uma runa poderosa, que contém em si todas as outras runas.
Gar simboliza a finalização  ou a conclusão de algo. No entanto, Gar indica também o início de uma nova ordem, abrangendo, em sua esfera de atuação, todas as outras runas.


Significado oracular:
Gar é uma runa misteriosa sem um significado claro, assinalando diferentes variáveis que devem ser levadas em consideração. A atitude deve ser de observação e espera, até que o universo envie algum sinal ou a situação se esclareça por si mesma. A "Árvore da Vida" se ramifica em várias direções e nem sempre podemos ver tão longe. Assim como Odin, deve-se esperar, com paciência e fé, até que a sabedoria cósmica se deixe revelar a quem o mereça, de maneira sutil ou velada, em troca de esforço e dedicação ou até mesmo de algum "sacrifício".



Trechos do texto de Mirela Faur no livro: Mistérios Nórdicos
Imagem: Gar - Futhork Runes

segunda-feira, 27 de junho de 2011

"Ragnarök - O crepúsculo dos deuses" um livro de Mirella Faur

Clique na imagem e leia a sinopse

Mais do mesmo em:
http://contoselendas.blogspot.com/2005/01/ragnarok-o-crepusculo-dos-deuses.html#110475524493202477

Wikipédia

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Outros olhares