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segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Festa de Candomblé





Festa de Candomblé
Ô dai-me licença ê Ô dai-me licença Alodê yemanjá ê, dai-me licença Ô, dai-me licença ê Ô, dai-me licença Com licença de zambi Vamos cantar umas zuelas com toque de Candomblé. Exu laroyê mojuba Mojuba cojubata exu ajonagera, (laroyê exu) Ô Sete, ô Sete, ô Sete Encruzilhada Toma conta e presta conta No romper da madrugada. Ninguém pode comigo, eu posso com tudo Lá na encruzilhada ele é, Exu veludo. Pomba-gira jamukangê, iaia o rerê Pomba-gira jamukangê, iaia o rerê Pomba-gira pujan pujanjo Ogunhê, patakorí Ogum! Ogum Oyá é de mene Ogum Oyá é de mene Ogum de Ronda é de mene (Ogum Oyá, Ogum Oyá é mene) Ogum Oyá é de mene Roxi mukumbi é de mene Ogum Oyá é de mene Patakorí é de mene. Salve todas as nações do Candomblé Jejê, o ketu, nagô e a minha Angola. Aê, aê a minha Angola Aê, aê meu Angolá. Atotoó (atotoó) Era um velho muito velho Que morava numa casa de palha Na beira da casa ele tinha Velame mikisangue Mikisangue velame Do seu alangue Ôoo abate, insumburê Ôoo abate, insumburê Insumburê, ê, Insumbo Nanguê Insumburê, ê, Insumbo Nanguê Insumba Insumbo guenda, ê lembadilê O comaió infitekita comaió Insumbo guenda Axé para todas as roças da religião afro brasileiras Xeueu, Babá Xiau, ure Xiau, axé Auricinaum, oberionon Xiau, ure Xiau, axé Aurinicianum, oberionon Oni sia ure, saul axé Oni sia ure, oberionon Oni sia ure, saun axé Oni sia ure, oberionon
https://www.vevo.com/lyrics/martinho-da-vila/f%C3%A9sta-de-candombl%C3%A9/25937059

domingo, 28 de abril de 2013

Lendas dos Orixás: Oraniã

ORANIÃ(*) NASCE NEGRO E BRANCO E TEM DOIS PAIS

Ogum venceu a guerra contra Ogotum.
Do espólio da guerra trouxe sete escravas.
Uma delas era Lacangê, mulher de rara beleza.
Ogum amou-a em segredo, escondendo-a para si.
Mas seus falsos amigos revelaram o segredo a seu pai Odudua.
O pai ordenou a Ogum que trouxesse a escrava à sua presença.
Encantado com ela, Odudua a fez sua esposa.

Nove meses depois, Lacangê teve um filho.
O menino deixou a todos espantados.
Do lado direito, tinha a pele negra, como a de Ogum;
do lado esquerdo, a mesma pele alva de Odudua.
Ogum e Odudua entreolharam-se, sem nada dizer.
Esse menino recebeu o nome de Oraniã.
Um dia foi um grande guerreiro,
fundou o reino de Oió e foi pai de Xangô.


ORANIÃ CRIA A TERRA
Monolito em homenagem a Oraniã na cidade de Ifé.
Seu nome é Opa Òrànmíyàn(**).

No começo só havia água sob o céu
e nenhum ser vivente.
Olodumare, Deus Supremo, Senhor de Todas as Coisas,
criou primeiro sete príncipes e depois alguns artefatos.
Em sete sacos pôs búzios,tecidos, pérolas, pedras preciosas.
Criou um pano preto e nele embrulhou uma misteriosa substância.
Criou uma galinha e uma corrente e sete barras de ferro.
Na corrente pendurou os artefatos e os sete príncipes.
Pela corrente desceu tudo sobre as águas
e do alto do Céu deixou cair uma semente.
Da semente cresceu uma palmeira,
e a palmeira abrigou os sete príncipes.
Cada príncipe ganhou uma cidade para governar:
Oloú ganhou o reino de Egbá.
Onixabé, o reino de Savé.
Orangum foi o soberano de Ilá.
Oni, o rei de Ifé.
Ajerô recebeu Ijerô.
Alaqueto reinou em Queto.
Oraniã, o caçula, foi feito rei de Oió.

Antes de sair para suas cidades,
os irmãos repartiram entre si o que lhes havia dado Olodumate.
Os mais velhos ficaram com os búzios, o dinheiro,
com as pedras preciosas e as jóias,
os tecidos preciosos e outras riquezas.
O mais jovem, que era Oraniã, ficou com a galinha,
as sete barras de ferro e o embrulho de pano preto.
Quando Oaniã abriu o pano,
deparou com uma escura e estranha substância,
que jogou na água.
A substância boiou na superfície 
e a galinha, voando sobre o montículo,
pôs-se a ciscar a tal matéria.
O montículo cresceu e cresceu
e assim a Terra foi criada.
Oraniã desceu à Terra e tomou posse dela.
Mas os irmãos mais velhos viram a Terra
e pretenderam tomar posse dela.
Oraniã tomou suas sete barras de ferro como armas
e com elas defendeu a Terra da cobiça dos irmãos.
Oraniã venceu os irmãos e poupou suas vidas.
Todos foram reis.
Todos deveram subserviência a Oraniã.
Oraniã foi o grande rei de Oió,
e Oió, a capital de todas as cidades.

(*) Oraniã = orixá das profundezas da Terra, filho de Odudua e rei de Ifé.

(**) O  monumento lítico Opá Oraniã [Ọpà Ọrànmíyán] é um símbolo não só da cidade de Ifé-Ifé, considerada  o braço da civilização iorubá, mas da própria cultura desse povo.


Fonte: Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - Cia. das Letras

terça-feira, 23 de abril de 2013

Ogum - A força transformadora

Ogum por Martinez/1987(*)

Para tudo que se vai fazer na vida é necessário que uma força dê partida. Qualquer movimento que se faça é gerado por energia, e para essa energia adquirir movimento é necessário que haja uma transformação da mesma.
O elemento da natureza que comanda a transformação é o fogo.
E, ao estudarmos a origem da palavra OGUM, verificamos que ela é uma correspondência fonética da palavra AGAUM. Decompondo esta, encontra-se o seu significado direto. Assim temos: AG que significa fogo, AUM que significa salvação, glória, inovação.
Juntando as duas traduções teremos o seguinte:" O fogo da salvação ou o fogo da glória, ou ainda, o fogo da inovação. A salvação significa a volta a Deus; a glória representa o vencedor de uma luta; a inovação significa a modificação ou transformação".
Juntando, então, todas as palavras traduzidas, teremos: 
Glória - luta vencedora;
fogo - transformação;
salvação - sagrado (a volta a Deus); 
inovação - transformação e 
Ogum - luta sagrada pela transformação.
Isso significa que Ogum é a força (luta) inicial para que haja a transformação. É o ponto de partida, aquele que vai na frente.
É sobre esta linha de força espiritual que se agrupam todos os espíritos que controlam os choques (lutas) consequentes da execução da lei cármica, que cobram e reajustam dentro da Grande Lei e dos consequentes efeitos causados pela aplicação da lei cármica.
Portanto, Ogum se manifesta como um soldado.


SUAS FALANGES:
1) Ogum Beira Mar (inclusive 7 Ondas)
2) Ogum Rompe-Mato
3) Ogum Megê
4) Ogum Naruê
5) Ogum Matinata
6) Ogum Yara
7) Ogum Delê (ou Ogum de Lei)

Ogum Beira-Mar

Ogum Beira Mar
Também conhecido como Ogum do Mar ou Ogum das Ondas. Na areia molhada e considerado Beira-Mar e nas ondas é conhecido como 7 Ondas. Vibra nas cores vermelha e branca, onde branco é Oxalá e vermelho é o fogo ou a luta.
Ele atua rondando a calunga grande (o mar) ou o reino de Iemanjá na areia molhada ou nas 7 ondas.

Ogum e Oxóssi por Martinez/1983(**)

Ogum Rompe-Mato
Sua falange trabalha cruzada com Oxóssi, rondando as matas ou também as pedreiras onde é conhecida como Ogum das Pedreiras, e neste caso trabalha cruzada com Xangô. Vibra nas cores vermelha e branca, ou muitas vezes verde e vermelho combinado com branco.
Normalmente, o verde e o vermelho são uados para Ogum das Pedreiras, pois a combinação destas cores gera o marrom.

Ogum Megê

Ogum Megê
Sua falange é responsável pela ronda da calunga pequena ou cemitério, trabalhando na calçada que o cerca. Lida diretamente com a linha das almas. Vibra nas cores branca e vermelha.

Ogum Naruê por Rev.King Skull

Ogum Naruê
Esta falange de Ogum trabalha desmanchando a magia negra, operando dentro da linha das almas, exercendo especial domínio sobre as almas quimbandeiras.
Vibra nas cores branca e vermelha.

Ogum Matinata
Junto com suas falanges,defende os campos onde se assentam as obrigações para Oxalá, principalmente nas colinas floridas. É uma falange muito difícil de incorporar e, por isso, pouco médiuns conseguem tê-lo como guia. Vibra nas cores branca e vermelha, com maior predominância do branco. 

Ogum Yara
É a falange de Ogum que ronda os rios,lagos e cachoeiras. É o grande colaborando dos trabalhos de Oxum. Vibra nas cores branca e vermelha e algumas vezes com verde e vermelho simbolizando a mata, já que normalmente estes campos sagrados se encontram dento dela.

Ogum Delê
Esta falange carrega a vibração pra de Ogum. Efetua sua ronda sobre o mundo. É a própria lei que rege os reajustes cármicos. Vibra nas cores branca e vermelha.


Fonte:
Textos de autoria de Adilvar Brasão de Freitas para a Revista Planeta - Especial Cultos Afro-brasileiros - Edição de 1996
Imagens (*) e (**) constantes na mesma revista

domingo, 21 de abril de 2013

Lendas dos Orixás: Iemanjá


IEMANJÁ TEM SEU PODER SOBRE O MAR CONFIRMADO POR OBATALÁ
http://nomadeescoladepoesia.blogspot.com.br/2013/02/iemanja-rainha-do-mar.html

Um dia, no princípio dos tempos,
orixás e homens revoltaram-se contra Iemanjá,
pois Iemanjá, sempre que queria,
saía das profundezas e invadia a terra com suas águas.
Orixás e homens, unidos, procuraram Olorum,
que enviou Obatalá à Terra para averiguar a acusação.
Eleguá, que tudo escutou, avisou Iemanjá
e aconselhou-a a consultar Ifá.
Feito isso, Iemanjá ofereceu um carneiro em sacrifício
contra o poder de seus inimigos.
Enquanto Obatalá, em Ifé, escutava protestos,
protestos dos homens e dos orixás,
Iemanjá invadiu de novo a terra
e as águas inundaram tudo
e chegaram até onde estava o grande rei.
Cavalgando as ondas do mar vinha Iemanjá.
Vitoriosa e soberba, sobre as onda enfurecidas,
ela mostrava sua oferenda.
Iemanjá mostrava a cabeça do carneiro.
Lá estava Obatalá e lá estava Iemanjá
e Iemanjá tinha alguma coisa preciosa para Obatalá.
Iemanjá fizera o sacrifício
e Obatalá aceitou a oferenda.
Obatalá confirmou o poder de Iemanjá.
Nunca se passa muito tempo
sem que o mar invada a terra,
Iemanjá cavalgando a temida maré.


IEMANJÁ CURA OXALÁ E GANHA O PODER SOBRE AS CABEÇAS
http://elekomulheresguerreiras.blogspot.com.br/2013/02/yemanja-e-danca-sagrada-das-aguas.html

Quando Olodumare fez o mundo,
deu a cada orixá um reino, um posto, um trabalho.
A Exu deu o poder da comunicação e a posse das encruzilhadas.
A Ogum deu o poder da forja, o comando da guerra 
e o domínio dos caminhos.
A Oxóssi ele entregou o patronato da caça e da fartura.
A Obaluaê deu o controle das epidemias.
Oloduramare deu a Oxumarê o arco-íris
e o poder de comandar a chuva, 
que permite as boas colheitas e afasta a fome.
Xangô recebeu o poder do trovão e o império da lei.
Oyá-Iansã ficou com o raio e o reino dos mortos,
enquanto Euá foi governar os cemitérios.
Olodumare deu a Oxum o zelo pela feminilidade, 
riqueza material e fertilidade das mulheres.
Deu a Oxum o amor.
Obá ganhou o patronato da família
e Nanã, a sabedoria dos mais velhos,
que ao mesmo tempo é o principio de tudo,
a lama primordial com que Obatalá modela os homens.
A Oxalá deu Olodumare o privilégio de criar o homem,
depois que Odudua fez o mundo.
E a criação se completou com a obra de Oxaguiã,
que inventou a arte de fazer utensílios,
a cultura material.
Para Iemanjá, Olodumare destinou os cuidados de Oxalá.
Para a casa de Oxalá, foi Iemanjá cuidar de tudo:
de casa, dos filhos, do marido, da comida, enfim.
Iemanjá nada mais fazia que trabalhar e reclamar.
Se todos tinham algum poder no mundo,
um posto pelo qual recebiam sacrifício e homenagens,
por que ela deveria ficar ali em casa feito escrava?
Iemanjá não se conformou.
Ela falou, falou e falou nos ouvidos de Oxalá.
Falou tanto que Oxalá enlouqueceu.
Seu ori(*), sua cabeça, não aguentou o falatório de Iemanjá.
Iemanjá deu-se então conta do mau que provocara
e tratou de Oxalá até restabelecê-lo.
Cuidou de seu ori enlouquecido,
oferecendo-lhe agua fresca, 
obis deliciosos (**), apetitosos pombos brancos, frutas dulcíssimas.
E Oxalá ficou curado.
Então, com o consentimento de Olodumare,
Oxalá encarregou Iemanjá de cuidar do ori de todos os mortais.
Iemanjá ganhara enfim a missão tão desejada.
Agora ela era a senhora das cabeças.
(*) ori = cabeça, destino

(**) obi = noz-de-cola, fruto africano aclimatado no Brasil (cola acuminata, Streculiacea (grafia que consta no livro)), indispensável nos ritos do candomblé; 
substituído em Cuba pelo coco.


IEMANJÁ SALVA O SOL DE EXTINGUIR-SE 

Orum, o Sol, andava exausto.
Desde a criação do mundo ele não tinha dormido nunca.
Brilhava sobre a Terra dia e noite.
Orum já estava a ponto de exaurir-se, de apagar-se.
Com seu brilho eterno, Orum maltratava a Terra.
Ele queimava a Terra dia após dia.
Já quase tudo estava calcinado
e os humanos já morriam todos. 
Os orixás estavam preocupados
e reuniram-se para encontrar uma saída.
Foi Iemanjá quem trouxe a solução.
Ela guardara sob as saias alguns raios de Sol.
Ela projetou sobre a Terra os raios que guardara
e mandou que o Sol fosse descansar,
para depois brilhar de novo.
Os fracos raios de luz formaram um outro astro. 
O Sol descansaria para recuperar suas forças
e enquanto isso reinaria Oxu, a Lua.
Sua luz fria refrescaria a Terra
e os seres humanos não pereceriam no calor.
Assim, graças a Iemanjá, o Sol pode dormir.
À noite, as estrelas velam por seu sono,
até que a madrugada traga um outro dia.

Fonte: Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - Cia. das Letras

terça-feira, 2 de abril de 2013

Lendas dos Orixás: Ogum


OGUM ENSINA AOS HOMENS AS ARTES DA AGRICULTURA
Ogum por Carybé
Ogum andava aborrecido no Orum(*), queria voltarão Aiê(**) e ensinar aos homens tudo aquilo que aprendera. Mas ele desejava ser ainda mais forte e poderoso, para ser por todos admirado por sua autoridade. Foi consultar Ifá, que lhe recomendou um ebó para abrir os caminhos. Ogum providenciou tudo antes de descer à Terra.
Veio ao Aiê e aqui fez o pretendido. Em pouco tempo foi reconhecido por seus feitos.
Cultivou a terra e plantou, fazendo com que dela o milho e o inhame brotassem em abundância. Ogum ensinou aos homens a produção do alimento, dando-lhes o segredo da colheita, tornando-se assim o patrono da agricultura.
Ensinou a caçar e a forjar o ferro. Por isso tudo, foi aclamado rei de Irê, o Onirê. 
Ogum é aquele a quem pertence tudo de criativo no mundo, aquele que tem uma casa onde todos podem entrar.

(*) Orum: Céu, mundo sobrenatural, mundo dos orixás; cada um dos 9 mundos paralelos da concepção iorubá.
(**) Aiê: Terra, mundo dos homens.

Fonte: Mitologia dos Orixás - Reginald Prandi - Companhia das Letras

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