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segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Festa de Candomblé





Festa de Candomblé
Ô dai-me licença ê Ô dai-me licença Alodê yemanjá ê, dai-me licença Ô, dai-me licença ê Ô, dai-me licença Com licença de zambi Vamos cantar umas zuelas com toque de Candomblé. Exu laroyê mojuba Mojuba cojubata exu ajonagera, (laroyê exu) Ô Sete, ô Sete, ô Sete Encruzilhada Toma conta e presta conta No romper da madrugada. Ninguém pode comigo, eu posso com tudo Lá na encruzilhada ele é, Exu veludo. Pomba-gira jamukangê, iaia o rerê Pomba-gira jamukangê, iaia o rerê Pomba-gira pujan pujanjo Ogunhê, patakorí Ogum! Ogum Oyá é de mene Ogum Oyá é de mene Ogum de Ronda é de mene (Ogum Oyá, Ogum Oyá é mene) Ogum Oyá é de mene Roxi mukumbi é de mene Ogum Oyá é de mene Patakorí é de mene. Salve todas as nações do Candomblé Jejê, o ketu, nagô e a minha Angola. Aê, aê a minha Angola Aê, aê meu Angolá. Atotoó (atotoó) Era um velho muito velho Que morava numa casa de palha Na beira da casa ele tinha Velame mikisangue Mikisangue velame Do seu alangue Ôoo abate, insumburê Ôoo abate, insumburê Insumburê, ê, Insumbo Nanguê Insumburê, ê, Insumbo Nanguê Insumba Insumbo guenda, ê lembadilê O comaió infitekita comaió Insumbo guenda Axé para todas as roças da religião afro brasileiras Xeueu, Babá Xiau, ure Xiau, axé Auricinaum, oberionon Xiau, ure Xiau, axé Aurinicianum, oberionon Oni sia ure, saul axé Oni sia ure, oberionon Oni sia ure, saun axé Oni sia ure, oberionon
https://www.vevo.com/lyrics/martinho-da-vila/f%C3%A9sta-de-candombl%C3%A9/25937059

domingo, 2 de fevereiro de 2014

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Lendas dos Orixás: Oxaguiã - Ajagunã

OXAGUIÃ(*) INVENTA O PILÃO
Oxaguiã by Carybé

Oxalá, rei de Ejigbô, vivia em guerra.
Ele tinha muitos nomes, 
uns o chamavam de Elemoxó, outros de Ajagunã, 
ou ainda Aquinjolê, filho de Oguiriniã. 
Gostava de guerrear e de comer.
Gostava muito de uma mesa farta.
Comia caracóis, canjica, pombos brancos, 
mas gostava mais de inhame amassado.
Jamais se sentava para comer se faltasse inhame.
Seus jantares se estavam sempre atrasados, 
pois era muito demorado preparar o inhame, 
Elejigbô, o rei de Ejibô, estava assim sempre faminto, 
sempre castigando as cozinheiras,
sempre chegando tarde para fazer a guerra.
Oxalá então consultou os babalaôs, 
fez oferendas a Exu
e trouxe para humanidade uma nova invenção. 
O rei de Ejigbô inventou o pilão 
e com o pilão ficou mais fácil preparar o inhame
e Elejigbô pôde se fartar 
e fazer todas as suas guerras.
Tão famoso ficou o rei por seu apetite pelo inhame 
que todos agora o chamam de 
"Orixá Comedor de Inhame Pilado",
o mesmo que Oxaguiã na língua do lugar.


(*) Oxaguiã = Oxalá jovem; orixá da Criação; inventou o pilão para comer inhame mais facilmente, criandoassim a cultura material. No Brasil e em Cuba é considerado uma qualidade de Oxalá; na África é o orixá que teria sido rei de Ejigbô, o Elejigbô.


AJAGUNÃ(*) DESTRÓI PALÁCIOS PARA O POVO TRABALHAR

Ajagunã, o filho guerreiro de Oxalá,
andava junto com Ogum fazendo a guerra.
Onde Ogum destruía uma cidade,
Ajagunã construía outra maior e mais próspera.
Conquistavam para seu povo todos os campos de inhame
e todas as riquezas em ouro e escravos.
O jovem Oxalá não tinha descanso,
estava sempre provocando novas situações,
obrigando todo mundo a trabalhar e progredir.
Onde a paz resultava em calmaria e preguiça
ele provocava a discórdia e o movimento,
ninguém podia se acomodar na presença de Ajagunã.

Um dia, entre uma batalha e outra,
Ajagunã foi à cidade de Ogum em busca de munição.
Lá chegando, viu que o povo festejava.
Tinham acabado a construção de um palácio novo,
que ofereciam para o seu rei Ogum.
A eles perguntou Ajagunã:
"Que fazeis agora que o palácio está feito?"
Responderam eles:
"Descansamos de nosso feito. Festejamos".
Disse Ajagunã:
 "Vosso rei está em guerra e tardará.
Aproveitai o tempo e fazei um trabalho melhor.
Um palácio mais belo e resistente,
do qual ele haverá de mais se orgulhar".
E tocou a parede do palácio com sua espada
e o palácio ruiu.
Ajagunã voltou para a guerra
e quando, de outra feita, à cidade retornou,
lá estava o palácio refeito,
maior, mais imponente, mais bonito.
Ao povo que comemorava com festas
a conclusão da nova fortaleza de Ogum,
perguntou Oxalá Ajagunã:
"Que fazeis agora que o palácio está feito?"
Responderam eles:
"Descansamos do nosso feito. Festejamos".
Disse Ajagunã:
"Vosso rei está em guerra e tardará.
Aproveitai o tempo e fazei um trabalho melhor.
Um palácio mais belo e resistente,
do qual ele haverá de se orgulhar".
E derrubou o palácio de novo.
E tantas vezes isso se repetiu
que os habitantes daquela cidade se transformaram
num povo de grandes construtores
e sua engenharia é reconhecida até os dias de hoje.
Porque Ajagunã não gosta de ver ninguém parado.

(*) Ajagunã = título com o significado de grande guerreiro; outro nome para Oxaguiã,
 o Oxalá jovem e guerreiro que inventou o pilão.



OXAGUIÃ ENCONTRA IEMANJÁ E LHE DÁ UM FILHO

Houve um tempo em que os orixás viviam do outro lado do oceano.
Mas depois tiveram que vir para o lado de cá,
para acompanhar seus filhos que foram trazidos como escravos.
Assim vieram todos e assim veio Oxaguiã.
Oxaguiã veio boiando na superfície do mar,
navegando no tronco flutuante de uma árvore.
A travessia durou muito tempo, mas de um ano.
Foi nessa viagem que Oxaguiã conheceu Iemanjá,
que era dona do próprio mar em que viajava Oxaguiã.
Logo se conheceram e logo se gostaram.
Oxaguiã era moço, forte, corajoso;
Iemanjá era mulher bonita destemida e sedutora.
Iemanjá engravidou de Oxaguiã
e nove meses depois deu a luz à um menino,
que já nasceu valente e forte, querendo guerrear.
Mais tarde chamaram o menino de Ogunjá.
Sempre que ia à guerra, a mãe o acompanhava
e então todos a chamavam Iemanjá Ogunté.
Oxaguiã, Ogunté e Ogunjá formam uma família de guerreiros.
E eles são muitos festejados no Brasil.


Fonte: Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - Cia. das Letras

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Lendas dos Orixás: Ajê Xalugá


AJÊ XALUGÁ CEGA OS HOMENS E TAMBÉM PERDE A VISÃO

Ajê Xalugá é a irmã mais nova de Iemanjá.
Ambas são as filhas prediletas de Olocum.
Quando a imensidão das águas foi criada,
Olocum dividiu os mares com suas filhas
e cada uma reinou numa diferente região do oceano.
Ajê Xalugá ganhou o poder sobre as  marés.
Eram nove as filhas de Olocum
e por isso se diz que são nove as Iemanjás.
Dizem que Iemanjá é a mais velha Olocum
e que  Ajê Xalugá é a Olocum caçula,
mas de fato ambas são irmãs apenas.
Olocum deu às suas filhas os mares
e também todo o segredo que há neles.
Mas nenhuma delas conhece os segredos todos,
que são os segredos de Olocum.
Ajê Xalugá era, porém, menina muito  curiosa
e sempre ia bisbilhotar em todos os mares.
Quando Olocum saía para o mundo,
Ajê Xalugá fazia subir a maré
e ia atrás cavalgando sobre as ondas.
Ia disfraçada sobre as ondas,
na forma de espuma borbulhante
que brilhava ao sol tão intensamente.
Tão intenso e atrativo era tal brilho
que às vezes cegava as pessoas que olhavam.
Um dia Olocum disse à sua filha caçula:
"O que dás para os outros tu também terás,
serás vista pelos outros como te mostrares.
Este será o teu segredo, mas saiba
que qualquer segredo é sempre perigoso".
Na próxima vez que Ajê Xalugá saiu nas ondas,
acompanhando, disfarçada, as andanças de Olocum,
seu brilho era ainda bem maior,
porque maior era seu orgulho, agora detentora do segredo.
Muitos homens e mulheres
olhavam admirados o brilho intenso das ondas do mar
e cada um com o brilho ficou cego.
Sim, o seu poder cegava os homens e as mulheres.
Mas quando Ajê Xalugá também perdeu a visão,
ela entendeu o sentido do segredo.
Iemanjá está sempre com ela,
quando sai para passear nas ondas.
Ela é a irmã mais nova de Iemanjá.


Fonte: Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - Cia. das Letras

domingo, 21 de abril de 2013

Lendas dos Orixás: Iemanjá


IEMANJÁ TEM SEU PODER SOBRE O MAR CONFIRMADO POR OBATALÁ
http://nomadeescoladepoesia.blogspot.com.br/2013/02/iemanja-rainha-do-mar.html

Um dia, no princípio dos tempos,
orixás e homens revoltaram-se contra Iemanjá,
pois Iemanjá, sempre que queria,
saía das profundezas e invadia a terra com suas águas.
Orixás e homens, unidos, procuraram Olorum,
que enviou Obatalá à Terra para averiguar a acusação.
Eleguá, que tudo escutou, avisou Iemanjá
e aconselhou-a a consultar Ifá.
Feito isso, Iemanjá ofereceu um carneiro em sacrifício
contra o poder de seus inimigos.
Enquanto Obatalá, em Ifé, escutava protestos,
protestos dos homens e dos orixás,
Iemanjá invadiu de novo a terra
e as águas inundaram tudo
e chegaram até onde estava o grande rei.
Cavalgando as ondas do mar vinha Iemanjá.
Vitoriosa e soberba, sobre as onda enfurecidas,
ela mostrava sua oferenda.
Iemanjá mostrava a cabeça do carneiro.
Lá estava Obatalá e lá estava Iemanjá
e Iemanjá tinha alguma coisa preciosa para Obatalá.
Iemanjá fizera o sacrifício
e Obatalá aceitou a oferenda.
Obatalá confirmou o poder de Iemanjá.
Nunca se passa muito tempo
sem que o mar invada a terra,
Iemanjá cavalgando a temida maré.


IEMANJÁ CURA OXALÁ E GANHA O PODER SOBRE AS CABEÇAS
http://elekomulheresguerreiras.blogspot.com.br/2013/02/yemanja-e-danca-sagrada-das-aguas.html

Quando Olodumare fez o mundo,
deu a cada orixá um reino, um posto, um trabalho.
A Exu deu o poder da comunicação e a posse das encruzilhadas.
A Ogum deu o poder da forja, o comando da guerra 
e o domínio dos caminhos.
A Oxóssi ele entregou o patronato da caça e da fartura.
A Obaluaê deu o controle das epidemias.
Oloduramare deu a Oxumarê o arco-íris
e o poder de comandar a chuva, 
que permite as boas colheitas e afasta a fome.
Xangô recebeu o poder do trovão e o império da lei.
Oyá-Iansã ficou com o raio e o reino dos mortos,
enquanto Euá foi governar os cemitérios.
Olodumare deu a Oxum o zelo pela feminilidade, 
riqueza material e fertilidade das mulheres.
Deu a Oxum o amor.
Obá ganhou o patronato da família
e Nanã, a sabedoria dos mais velhos,
que ao mesmo tempo é o principio de tudo,
a lama primordial com que Obatalá modela os homens.
A Oxalá deu Olodumare o privilégio de criar o homem,
depois que Odudua fez o mundo.
E a criação se completou com a obra de Oxaguiã,
que inventou a arte de fazer utensílios,
a cultura material.
Para Iemanjá, Olodumare destinou os cuidados de Oxalá.
Para a casa de Oxalá, foi Iemanjá cuidar de tudo:
de casa, dos filhos, do marido, da comida, enfim.
Iemanjá nada mais fazia que trabalhar e reclamar.
Se todos tinham algum poder no mundo,
um posto pelo qual recebiam sacrifício e homenagens,
por que ela deveria ficar ali em casa feito escrava?
Iemanjá não se conformou.
Ela falou, falou e falou nos ouvidos de Oxalá.
Falou tanto que Oxalá enlouqueceu.
Seu ori(*), sua cabeça, não aguentou o falatório de Iemanjá.
Iemanjá deu-se então conta do mau que provocara
e tratou de Oxalá até restabelecê-lo.
Cuidou de seu ori enlouquecido,
oferecendo-lhe agua fresca, 
obis deliciosos (**), apetitosos pombos brancos, frutas dulcíssimas.
E Oxalá ficou curado.
Então, com o consentimento de Olodumare,
Oxalá encarregou Iemanjá de cuidar do ori de todos os mortais.
Iemanjá ganhara enfim a missão tão desejada.
Agora ela era a senhora das cabeças.
(*) ori = cabeça, destino

(**) obi = noz-de-cola, fruto africano aclimatado no Brasil (cola acuminata, Streculiacea (grafia que consta no livro)), indispensável nos ritos do candomblé; 
substituído em Cuba pelo coco.


IEMANJÁ SALVA O SOL DE EXTINGUIR-SE 

Orum, o Sol, andava exausto.
Desde a criação do mundo ele não tinha dormido nunca.
Brilhava sobre a Terra dia e noite.
Orum já estava a ponto de exaurir-se, de apagar-se.
Com seu brilho eterno, Orum maltratava a Terra.
Ele queimava a Terra dia após dia.
Já quase tudo estava calcinado
e os humanos já morriam todos. 
Os orixás estavam preocupados
e reuniram-se para encontrar uma saída.
Foi Iemanjá quem trouxe a solução.
Ela guardara sob as saias alguns raios de Sol.
Ela projetou sobre a Terra os raios que guardara
e mandou que o Sol fosse descansar,
para depois brilhar de novo.
Os fracos raios de luz formaram um outro astro. 
O Sol descansaria para recuperar suas forças
e enquanto isso reinaria Oxu, a Lua.
Sua luz fria refrescaria a Terra
e os seres humanos não pereceriam no calor.
Assim, graças a Iemanjá, o Sol pode dormir.
À noite, as estrelas velam por seu sono,
até que a madrugada traga um outro dia.

Fonte: Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - Cia. das Letras
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