Sobre teus ombros e tropeçares,
Que a argila dance para equilibrar-te.
E, quando teus olhos congelarem-se
Por trás da janela cinzenta,
E o fantasma da perda chegar a ti,
Que um bando de cores
Índigo, vermelho, verde
E azul-celeste,
Venha despertar em ti
Uma campina de alegria.
Quando a vela se esfiapar no barquinho
Do pensamento, e uma coloração
De oceano escurecer abaixo de ti,
Que surja por sobre as águas
Uma trilha de luar amarelo
Para levar-te a salvo para casa.
Que o alimento da terra seja teu,
Que a claridade da luz seja tua,
Que a fluidez do oceano seja tua,
Que a proteção dos antepassados seja tua.
E, assim, que um lento vento
Teça estas palavras de amor
À tua volta, um invisível manto,
Para zelar por tua vida.
por John O´Donohue
O irlandês John O’Donohue é escritor, pesquisador, poeta e filósofo católico, com Ph.D. em Teologia Filosófica pela Universidade de Tübingen.
É autor de dois belos livros sobre a sabedoria celta:“Anam Cara” e “Ecos Eternos" (leia a sinopse aqui), ambos publicados no Brasil pela Editora Rocco.
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