quinta-feira, 19 de junho de 2014

Nheengatu - língua boa

NHEENGATU, vi esta palavra estampada na capa de um cd dos Titãs (que eu nem sabia que ainda existia) e fiquei curiosa, afinal é uma palavra estranha mas que ao mesmo tempo, me deu uma sensação de ser familiar.
Segue abaixo o que consegui saber a respeito desta língua boa ou nheengatu:

"Terra Brasilis", 1519, mapa por Pedro Reinel e Lopo Homem, Atlas Miller,

O nheengatu, também conhecido como nhengatu, nhangatu, inhangatu, língua geral amazônica, língua brasílica, tupi, língua geral, nenhengatu e tupi moderno, é uma língua derivada do tronco tupi.
Pertence à família linguística tupi-guarani.
O nheengatu surgiu no século XIX, como uma evolução natural da língua geral setentrional, em um desenvolvimento paralelo ao da língua geral paulista, que acabou se extinguindo.
Até o século XIX, foi veículo da catequese e da ação social e política luso-brasileira na Amazônia, sendo mais falada que o português no Amazonas e no Pará até 1877. Atualmente, continua a ser falado por aproximadamente 8.000 pessoas na região do vale do Rio Negro.

História:
Quando os colonizadores portugueses chegaram ao Brasil encontraram diversas línguas ou dialetos aparentados da família Tupi-Guarani usados ao longo da costa do Brasil. Desconsideradas as diferenças dialetais, na prática havia uma "língua brasílica" da qual os colonizadores podiam se servir como língua franca para se comunicar com os indígenas ao longo de um vasto território.
Essa "língua brasílica" falada pelos índios, o tupi antigo, foi absorvida pela sociedade colonial, sendo usada não apenas por índios e jesuítas, mas também como língua corrente de muitos colonos de sangue português. Passando a ser chamada de "língua geral", foi levada junto com os portugueses na conquista do território brasileiro, sendo imposta até a povos indígenas que falavam outras línguas. Evoluiu para dois ramos, a língua geral setentrional, no norte, e a língua geral paulista, no sul. Em seu auge chegou a ser a língua dominante do vasto território brasileiro. Um manuscrito anônimo do século XVIII é emblematicamente intitulado "Diccionario da lingua geral do Brasil, que se falla em todas as villas, lugares, e aldeas deste vastissimo Estado, escrito na cidade do Pará, anno de 1771".
Entretanto, a língua entrou em declínio no fim do século XVIII, com o aumento da imigração portuguesa, e sofreu duro golpe em 1758, ao ser banida pelo Marquês de Pombal, por ser associada aos jesuítas, que haviam sido expulsos dos territórios dominados por Portugal. Encurralada, a língua geral paulista gradualmente se extinguiu. O declínio da língua geral na Amazônia se acentuou com a chegada de migrantes nordestinos falantes do português por ocasião da grande seca de 1877.

Atualmente:
O nheengatu ainda é falado por cerca de 8 000 pessoas no Brasil (3.000), Colômbia (3 000) e Venezuela (2.000), especialmente na bacia do rio Negro (rios Uaupés e Içana).
Para além disso, é a língua materna da população cabocla e mantém o caráter de língua de comunicação entre índios e não índios, ou entre índios de diferentes línguas.
Constitui, ainda, um instrumento de afirmação étnica dos povos que perderam suas línguas, como os barés, os arapaços, os baniuas, os Werekena e outros.
O nheengatu é uma das quatro línguas oficiais do município de São Gabriel da Cachoeira, no noroeste do estado do Amazonas, no Brasil.



Projeto da Wikimedia Brasil Línguas:
Este projeto almeja a difusão de conhecimento livre em Nheengatu (língua brasílica - tupi moderno), por meio dos projetos Wikimedia.
Tem como objetivos criar o Wikicionário em Nheengatu e a Wikipédia em Nheengatu.

Saiba mais AQUI  e AQUI

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