domingo, 22 de julho de 2012

Os Celtas e o Valor da Amizade: Anam Cara

Uma das primeiras postagens que fiz aqui no blog foi uma Benção Celta escrita por John O´Donohue.
Me lembro que no final da postagem, para variar, deixei o link sobre o livro "Anam Cara", do mesmo autor.
Hoje, encontrei no Facebook mais uma preciosidade extraída deste livro.
Boa leitura.
  
fonte da imagem:asia-pictures.net

Muitos provérbios e ensinamentos de grandes sábios afirmam que o sentimento mais precioso e natural entre duas pessoas é a amizade. Se você tem intenção de trazer a magia celta à sua vida, comece a dar valor para as suas amizades e para as pessoas com quem você convive. Aprenda a ser amigo de si mesmo abrindo espaço em sua alma para relacionar-se com outras pessoas, com outras almas.
É através de um amigo que percebemos algumas coisas, que de forma solitária seria impossível perceber. Um amigo verdadeiro, não induz, não cobra. Um amigo de verdade quer apenas o seu bem. Com um amigo temos intimidade, confiança e vínculo. Ele desperta a nossa própria vida, libertando muitas vezes o poder da paixão criadora que há dentro de nós.
Os celtas tinham uma grande sensibilidade, um sentido muito apurado sobre o divino. Desenvolveram um conceito de amizade que envolvia a natureza, a divindade, as forças ocultas e o universo humano num mesmo plano, numa coisa só.
Não separavam o humano do divino, a magia da realidade, o visível do invisível.
A expressão gaélica Anam Cara, Amigo da Alma, expressa amizade, entendimento, amor. Anam em gaélico, significa alma e cara, amigo.
Um professor, um parceiro, um companheiro era considerado Anam Cara, uma amizade que ultrapassava qualquer fronteira, qualquer plano. De início era um termo usado para alguém a quem se confessava intimidades, porque com o Anam Cara podia-se partilhar a própria alma.
O ato da confissão sempre foi muito importante e pessoal. No cristianismo da Irlanda, os irlandeses não confessavam seus “pecados” ao padre local, pois acreditavam que ele poderia manipular as pessoas por saber deles. As pessoas escolhiam o seu “sacerdote”, o Anam Cara, que era considerado um amigo em espírito, alguém em quem poderia se confiar.
Acredita-se que, antes mesmo da Igreja instituir a prática da confissão, já era um hábito celta confessar-se com seu amigo da alma, amigo espiritual, o Anam Cara. Este gesto sempre foi característico entre amigos verdadeiros. Os amigos verdadeiros trocam confissões e delas surgem palavras, aconchego e impulso importantes para a vida.
Dentro da sabedoria celta a alma não era limitada por tempo ou espaço. Era uma luz divina que flui de um ser humano para outro de forma natural. Este conceito deu aos celtas a idéia de companheirismo, solidariedade, amizade profunda e especial. Quando se tinha um Anam Cara, a amizade atravessava fronteiras, convenções e o próprio tempo. Estava-se unido de uma forma eterna com o amigo da própria alma, onde se firmava um elo com o divino.
No gaélico o corriqueiro “olá”, “oi” ou “Como vai?” que usamos como saudação em encontros, é substituído por palavras que incluem o divino, como se fossem saudações que abençoam a aproximação entre as pessoas: Dia Dhuit, “Deus esteja contigo”. Nas despedidas diziam Go gcoinne Dia thú, “Que Deus te guarde”. Todo encontro entre pessoas era considerado especial e espiritual, porque um estranho não aparece na nossa vida à toa, ou casualmente. Ele sempre traz uma mensagem, uma lição, uma iluminação à nossa vida. Um estranho pode ser uma semente que germinará dando frutos, o despertar da vida e a consciência de si próprio.

Uma Oração da Amizade
fonte da imagem: Astrologia Cármica

Que sejas abençoado com bons amigos.
Que aprendas a ser um bom amigo para ti mesmo.
Que sejas capaz de viajar àquele lugar na tua alma onde existe o grande amor, calidez, sentimento e perdão.
Que isso te modifique.
Que isso transfigure o que é negativo, distante ou frio em ti.
Que sejas apresentado à verdadeira paixão, parentesco e afinidade da vinculação.
Que prezes os teus amigos.
Que sejas bom para eles e que estejas lá para eles; que eles te tragam todas as bênçãos, desafios, verdade e luz de que necessitas para a tua viagem.
Que nunca fiques isolado.
Que sempre fiques no sereno refúgio da vinculação com o teu anam cara.

(John O’Donohue, Anam Cara, um livro de Sabedoria Celta, Ed. Rocco)

Do perfil de Aslurshann Feadan Fergus CatSidhes

2 comentários:

  1. Bom dia Soraia!
    Ficou lindo!
    Também tenho no meu blog publicações a respeito! Um tema fascinante.
    Beijo grande, agradecido.
    Astrid Annabelle

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada Astrid, pela partilha em seu mural.
      Sem ela, este post não existiria:)

      Bjs.

      Excluir

Bem vindo!

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