por José Maria Gomes Neto
publicado em: http://www.oficinadeastrologia.com/
A quadratura crescente desse mês desenha no céu uma Grande Cruz em signos cardinais, que para muita gente significa encruzilhada, expectativa diante de importantes decisões que podem mudar completamente o ruma da vida.
A condição cardinal ativa a primeira quadratura exata, de uma série de sete até 2015, entre Urano e Plutão, parece recado calculado: Sol e Lua a 5 graus de Câncer e Libra, Urano e Plutão a 8 graus de Áries e Capricórnio. Intensifica-se já no período inicial da raspa do tacho, que vai até 2020, a transição natural de todo fim de ciclo, fim de festa, fim de relacionamentos agonizantes, sensação de fim de mundo. Simultânea e paradoxalmente geram-se grandes oportunidades de mudança: anuncia-se daí a Grande Mutação, o passo derradeiro entre a Era do Ter e a tão decantada Era do Ser que passa a ser objeto cobiçado e desejado, quase objeto de consumo imediato.
A cultura do consumismo e do supérfluo se mistura na ótica de relações predatórias, estrutura éticas impossíveis e inimagináveis onde pessoas se tornam descartáveis quando por algum motivo frustram expectativas não explicitadas. Na prática do "lavou está novo", ou simplesmente troca de peça, troca de roupa, troca de par, assim de repente, sem aviso prévio, de uma hora para outra. Tudo parece obedecer às regras de mercado, um modelo mais seguro ou adequado, capaz de estabelecer um novo poder pessoal ou status, ou ainda se enquadrar melhor nas normas sociais, ser mais adaptável às necessidades imediatas de preencher o buraco da barriga, provocado pela falta de sentido das coisas vividas, sem garantia a um futuro previsível, tão inesperado quanto à necessidade de sentir-se amado. Essa prática abusiva, quase "bullying no profile", outorga o direito de uns ferirem aos outros, do mesmo modo como ferem a si mesmos, sem arcar com as consequências imediatas: acordos tácitos se modelam para um simples flerte que acaba frustrado. E tudo volta a ser como era antes.
E de busca em busca o que se encontra é apenas espelho. Ao lustrar a superfície do espelho não melhora o que se vê lá dentro, aliás, o que fica é ainda mais nítido: a imagem de próprio vazio.
26 de Junho de 2012
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